quinta-feira, 16 de julho de 2009

"Responsabilidade social", ecofarsas e doutrinação ideológica

Publicado no Mídia Sem Máscara

A atitude dos ambientalistas em relação à natureza é análoga à abordagem marxista relacionada à economia.
Václav Klaus

A incorporação ao movimento Nazista de temas ambientalistas foi um fator crucial para a ascensão deles à popularidade e ao poder estatal.
Peter Staudenmaier

Nos anos 1970, o mundo passará por períodos de fome generalizada - centenas de milhões de pessoas morrerão sem ter o que comer.
Paul Ehrlich, no bestseller "The Population Bomb" ( A Bomba Populacional).



Chego atrasado na aula. Sento-me, e, ante a fala da professora Susie Pontarolli, em poucos segundos sou levado a ser brutalmente honesto comigo mesmo e com meus colegas e me manifesto, não sem antes pensar: "há um só lado da questão sendo apresentado, e é direito assegurado na Constituição o ensino imparcial, com o máximo de perspectivas acerca do assunto sendo apresentados em sala de aula". O que era, para mim, para lá de previsível, dado o próprio nome da disciplina numa pós-graduação voltada a Business Education: "Responsabilidade Social e Imagem Corporativa".
Sim, previsível porque o pressuposto, a base de toda essa conversa de "Responsabilidade Social" é que a existência e a atuação das empresas não se legitimam pelo simples fato de elas gerarem renda e empregos, prestarem serviços, oferecerem opções de produtos e pagarem altos impostos ao governo. Para os entusiastas da "responsabilidade social", tudo isso não é o suficiente: a empresa deve se enquadrar nas exigências de ONG's que não geram nada disso, e aí, estão com os bolsos cheios de dinheiro, apontando o dedo e dando lições de moral para um empresariado cada vez mais acuado psicologicamente, que para não ser tachado de politicamente incorreto, acaba por cair na chantagem psicológica desses auto-proclamados descobridores e detentores da fórmula para um "outro mundo possível", no entender deles, "mais justo" e "sustentável".

Voltemos à aula da ativista Susie Pontarolli. Sim, ativista, pois quando expus à turma que eram óbvios os fatores que levaram o Instituto Ethos a ser considerado pelas Nações Unidas e outras dessas "lideranças globais" (que nunca receberam votos de nenhum cidadão do planeta) como um "caso de sucesso" e ter "um alto índice de respeito", ela disse: "me inclua nessa". E quem é "essa"? Bem, o Instituto Ethos foi idelizado por ninguém menos que o militante socialista e cumpincha do PT Oded Grajew. Sim, Grajew, a mesma figura nefanda que fundou o maior encontro global de entusiastas dos governos de Hugo Chávez, Fidel Castro, maconheiros, eco-fascistas, abortistas, gayzistas e congêneres: o Fórum Social Mundial.

Para quem não sabe, o Fórum Social Mundial é financiado por duas das mais influentes fundações multimilionárias junto à ONU e grupos globalistas: as fundações Ford e Rockefeller. Portanto, infere-se o elementar: o prestígio de Grajew se dá pelo fato de que quem lhe atribui relevância recebe grana, influência e meios para ação das mesmas fontes, pois os vínculos entre tais fundações, ONU e outros componentes da máfia globalista estão muito bem documentados. Ainda assim, se você falar, nessa bolha de desinformação chamada Brasil, que há uma rede global a fim de redesenhar as estruturas institucionais e políticas do planeta de acordo com suas fixações ideológicas, logo vem um bobalhão desinformado te dizer: "ah, isso é 'teoria da conspiração". E as aulas das milhares de Susies Pontarollis espalhadas mundo a fora serão tidas como isentas, imparciais e equilibradas.

Tão "equilibrada" era sua aula que, se não fosse eu lembrar de fatos como a Petição do Oregon, na qual mais de 17 mil cientistas manifestaram-se contrários ao alarmismo eco-fascista, e de declarações de cientistas como Claude Allegre e Paul Crutzen, todas as previsões que ela apresentava, mostrando dados da ONG WWF, seriam encaradas como incontestáveis. Falei, mesmo não dominando por completo o assunto, da mera impossibilidade metodológica para se fazer cálculos como fez o Clube de Roma na década de 70, cujos relatórios apontavam para as duas décadas seguintes o esgotamento total de vários recursos naturais do planeta. Eu disse que eles quebraram a cara, e que os globalistas fizeram um novo reagendamento. Termo que ela mesma repetiu, com cara de "como-é-que-esse-cara-sabe?": "sim, reagendamento". Prossegui falando dos estudos de Pascal Bernardin e do atual presidente da República Tcheca, Václav Klaus, incisivos ao afirmar a sanha totalitária e comunista dos "verdes". Esqueci-me, infelizmente, de citar Mikhail Gorbachev, fundador da Cruz Verde internacional, que confessou ser a ecologia a nova estratégia socialista, com todas as letras. Quando o assunto foi o alicerce epistemológico das teses dos climatólogos e dos alarmistas, instaurou-se a confusão. Como a maior parte dos alunos nem sequer sabe (e o pior, nem quer saber) o que é epistemologia, afirmei que, sem esse debate prévio, a aula estaria reduzida à mera propaganda de um dos lados de uma questão polêmica.

Susie Pontarolli teve de recuar, dizendo que apresentava apenas uma perspectiva do assunto. "Vamos ver, de acordo com esse enfoque, a WWF blá blá blá..." Mas logo retornava a afirmar como verdade cabal todos aqueles dados. Não sem papagaiar um dos clichês mais engraçados vindos das bocas "verdes": que, por dia, mais de 100 espécies de animais são extintas, na maior parte, espécies nunca catalogadas. Aí eu perguntei: - professora como é que se contabiliza o que não se conhece? Alguns riram, e após citar o absurdo, ela logo buscou alicerce na lógica mais basilar: "o fato é que os recursos são finitos". Polido, segurei um "ah, não brinca!"

No restante da aula, loas a Betinho, a WWF e à tese da tal "pegada ecológica", que a própria professora assumiu que não entendeu a fundo, videozinho com depoimento e mais elogios rasgados a Grajew e ao Instituto Ethos, fora dar por inquestionável a credibilidade da ONU. Na apostila, só aquele consenso entre impostores como Leonardo Boff, James Lovelock, Fritjof Capra, etc.

Nada de contrapontos, nada de críticas, e quando apresentei algo nesse sentido, "fiquei travando a aula" como me disse um colega no intervalo. Mas propaganda não é aula, nunca foi. E dentro da sala de aula, é ilegal.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Confissão espontânea

A entrevista concedida por Julio Severo à revista Cristianismo Hoje é histórica. Mostra de que lado está boa parte da imprensa sedizente evangélica no país. Para mim não foi surpresa. Desdenhando do posicionamento de Julio Severo, e não levando em conta suas denúncias e a importância dos temas que ele trata, confessaram muito daquilo que denuncio a respeito da mídia cristã e de muitos líderes da igreja no país. Resumo, em termo brandos: o bom-mocismo perante inimigos e falsificadores do Evangelho, e a postura subserviente aos ditames pós-moderninhos, politicamente-corretos e anticristãos hegemônicos. E claro, a superficialidade intelectual.

Não, queridos, o problema não é só do entrevistador. Nada sai numa revista sem a anuência de seu conselho editorial. Vale a pena ver quem são essas pessoas, e ficar cada vez mais atento com o que escrevem ou permitem que seja publicado. Bem, convenhamos... não dá para esperar muito de quem enche a bola de Brennan Manning, de Philip Yancey, o chefão da franquia, Ed René Kivitz e Rick Warren.

É bom ressaltar que esse pessoal possui imensa influência em editoras, universidades, seminários e grandes denominações. Conheci pessoalmente um dos atuais membros do conselho editorial da Cristianismo Hoje: Mark Carpenter, presidente da editora Mundo Cristão, e junto a ele, na ocasião, o atual editor da revista, Marcos Simas ex-proprietário da editora Textus, que tempos atrás se tornou “selo” da Mundo Cristão. Para ser sincero, pareceram-me cristãos sérios, e nada vi que apontasse neles descompromisso com o cristianismo bíblico. Mas aí ocorrem episódios como esse, evidencia-se o perfil da maior parte dos colunistas da publicação, problemas teológicos graves nos livros publicados, e a confessa admiração por autores como Brennan Manning. Fatos a deixar qualquer pessoa que creia na inerrância e na infalibilidade das Sagradas Escrituras, no mínimo, em alerta.

Simas e Carlos Fernandes, jornalista que assina a publicação e entrevistou Julio Severo, já trabalharam com Caio Fábio na antiga revista Vinde. Fica difícil, convenhamos, dissociar a forma com que Severo foi tratado de tais antecedentes.

Dos blogs, conheço outro do conselho editorial: o marqueteiro Volney Faustini, esquerdista e entusiasta da obra de caras como Robinson Cavalcanti e outros liberais teológicos. E lamento ao lembrar que Billy Graham havia originalmente fundado a Christianity Today como alternativa para uma revista evangélica “liberal” (leia-se adepta de ideologias coletivistas e de liberalismo teológico). Infelizmente hoje revista está cada vez mais parecida com o que Billy Graham desejava combater.

Fica aí o exemplo do que sempre comento aqui no blog, não sem críticas e “argumentos” contrários.

Depois as pessoas ainda se espantam do pouco peso que a igreja brasileira exerce sobre os rumos do país.



Leia também:
Liberdade: auto-governo e governo civil
Os evangélicos brasileiros e as causas do Anticristo
Esquerda, Direita e Cristianismo
Política à luz da Bíblia

domingo, 5 de julho de 2009

Contra o quê eles pelejam?

A verdade vem de Deus onde quer que a encontremos, e ela é nossa e é da igreja. Não devemos transformar tais coisas em ídolos, mas a verdade, onde quer que a encontremos, é da igreja.
Richard Sibbes, pastor puritano.


Quase todas as grandes questões discutidas na sociedade sobretudo ao longo dos últimos três séculos, por mais que pareçam meras disputas filosóficas, políticas, ideológicas e científicas, vão além disso. Se é verdade que os desdobramentos últimos das supostas resoluções desses problemas são sempre difíceis de prever, o aspecto subjacente que deve realmente ser identificado como o grande motor da questão deve ficar bem claro aos cristãos e não deve jamais ser perdido de vista: cada conflito existente no campo das idéias, é, em essência, uma batalha na guerra espiritual entre as verdades de Deus contra os sofismas das hostes de Satanás, aquele que vem para “roubar, matar e destruir”.

Sim, a verdade é invencível, pois ela vem de Deus, e Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida. A luta daqueles que não conhecem a Deus e o rejeitam, esses que são “por natureza, filhos da ira”, não é uma luta contra a verdade. Contra ela, eles nada podem fazer, e em certa medida, dependem dela para transformar seus ensinamentos falsos em consenso no seio da sociedade. O que eles querem, por mais apaixonados que se digam pela verdade, é encobri-la. Tantos para eles mesmos como para os outros. Querem roubá-la dos que a possuem. Destruí-la desde dentro (ah, e quantos infiltrados na igreja de Cristo...) e desde fora (você conhece um intelectual e um “livre-pensador” típico).

É claro, contudo, que há muita gente séria, mas iludida, a defender mentiras diabólicas, e pessoas que sempre rejeitaram o Deus dos cristãos, mas não a totalidade das verdades que podem ser descobertas lendo as Escrituras ou observando com um mínimo de honestidade existencial e intelectual a Criação, pela qual muito se pode conhecer dos atributos do Criador.

Mais do que disputas entre linhas teóricas, perspectivas e versões da história, o que temos é uma guerra entre a verdade de Deus e a multidão de mentiras dos “réprobos quanto a fé”, como disse o apóstolo Pedro, dos cuja linguagem “corrói como o câncer”, segundo o apóstolo Paulo, dos aprisionados pelo príncipe deste mundo. Um mundo que “jaz no maligno”.

Parece um tanto dramático? Talvez sim, para alguns. Mas percebamos ou não, a cada verdade encoberta sobre o ser humano, sobre a estrutura da existência, sobre Deus e seus planos para a humanidade, o “inimigo de nossas almas” ganha terreno. E a vida piora já em nossa época, com resultados muitas vezes imediatos. Sem falar nas dificuldades crescentes em mostrar a seres humanos cada vez mais desnorteados intelectual, social e espiritualmente, as verdades excelsas do amor de Deus, seu plano de Redenção e sua vontade específica para cada homem, vontade que é “boa, perfeita e agradável”, por mais que muitas vezes incompreensível.

Note: em cada grande reivindicação, a cada grande polêmica levantada pelos “cidadãos do nosso tempo”, os portadores da tal “consciência moderna”, há sempre uma grande objeção à fé cristã, direta, ou subjacente. Dos abortistas aos planejadores sócio-econômicos, dos eco-fascistas aos cientificistas militantes, só se pode vê-los como “pessoas em busca de um mundo melhor” se o discípulo de Cristo entender que para os tais, “mundo melhor” é sinônimo de “mundo sem o Deus Verdadeiro e suas verdades”. Essa é a “luta” deles. Uma luta contra Deus, contra seu próprio Criador.