terça-feira, 23 de maio de 2006

A mídia de massa, os cristãos, e uma proposta

Se me pedirem para apontar cinco jornais que estejam claramente acima desta média -- se me desafiarem a relacionar cinco jornais que sejam dirigidos de forma tão inteligente, justa, corajosa, decente e honesta como uma fábrica média de pregos, uma empresa de crédito imobiliário ou um negócio de importação de arenques --, levarei dois ou três dias para fazer a lista. E, quando ela estiver pronta e for lida pelo meirinho no tribunal, haverá um rumor de risadinhas abafadas à menção de quase todos eles. Estas risadinhas virão de jornalistas que devem saber um pouco mais do que eu sobre o assunto.
Sobre o Jornalismo - Henri Louis Mencken

Se aquilo que é mostrado é controlado, não há porque se preocupar com as opiniões que surgirão. Opinião depende diretamente da informação. Controlado o fluxo de informações, o grosso da opinião pública estará controlado. É simples assim, mas nunca pensamos que é com a gente. Manipulados são sempre os outros.

Tão importante quanto aquilo que está nos jornais é aquilo que NÃO está, aquilo que NÃO foi notícia. Para lê-los corretamente, não se pode esquecer nunca disso. O conteúdo essencial para que haja a possibilidade de se alcançar um mínimo de objetividade acerca dos fatos NÃO chega pelas grandes agências de notícias nem estará na maior parte dos jornais. E tão importante quanto à notícia dada, é a forma como foi dada. Essa forma, muitas vezes, fala mais sobre o veículo – seus interesses, o perfil intelectual de seus profissionais - do que do fato em si.

Ensina-se nas igrejas crianças e adolescentes a ler a Bíblia, entendê-la e a praticar seus preceitos. Mas será nos mass media que a fé receberá suas primeiras afrontas. Urge, portanto, fazê-los compreender os aspectos mais vis dos meios de comunicação – quem os controla, quem neles trabalha, e quais suas intenções. Fica a dica: oficinas de análise de conteúdo dos veículos de comunicação – com profissionais capacitados e maduros espiritualmente - para aguçar nos infantes o olhar crítico e oferecer-lhes critérios seletivos, tornando-os aptos para identificar a procedência e as intenções das idéias e das informações veiculadas. Assim poderão contornar a avalanche de engodo e desinformação que os cerca e faz o Corpo de Cristo tomar os mais equivocados posicionamentos em tantas ocasiões.

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