sexta-feira, 10 de março de 2006

Rebeldia e submissão

Ninguém tem a obrigação de obedecer aquele que não tem o direito de mandar.
Cícero

O profeta Malaquias, cujo nome significa “o meu mensageiro”, foi claro: Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca, devem os homens procurar instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos (Ml.2:7). Alguns versículos antes, ele alerta que Deus transforma em maldição as bênçãos dadas por sacerdotes que não honram a Deus (2:2). Ao ler estas passagens e outras do Novo Testamento, fica evidente que a obediência aos homens só vale quando estes agem de acordo com a Palavra, se forem obreiros aprovados, com um chamado específico notório, tementes a Deus e fiéis aos objetivos que o Cabeça propõe ao Corpo. Aí sim, a submissão é abençoadora e a rebeldia é pecado grave. Foi para não ter de se submeter aos falsos profetas e suas doutrinas que o Senhor nos deixou as Escrituras e seu Espírito Santo. Foi para a liberdade que Cristo nos chamou.

Com o pretenso liberalismo teológico fazendo (ou melhor, destruindo) cabeças, a “teologia” da libertação se infiltrando, com o livre exame se transformando em livre interpretação em igrejas históricas, pentecostais e neopentecostais, além de satanistas à espreita, todo cuidado é pouco. Orar, vigiar e manusear as Escrituras com destreza, nesses tempos de apostasia, é imprescindível. A advertência de Atos 20.29: entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho, não pode ser esquecida.

Em certas igrejas a palavra “rebeldia” é usada para tudo que foge micrometricamente dos caprichos fúteis de uma liderança enfatuada. Pessoas não cristãs já foram bem francas comigo quanto a isso: - Eliot, nunca vi tanta gente gostar tanto de ser mandada. Eu, um libertário por excelência, jamais discordaria. Para mim, o melhor que o cristão sincero pode fazer é manter distância de tais comunidades. Pois o que importa é ser obediente a Deus e permanecer na vocação a qual foi chamado, e não tagarelar slogans e imitar trejeitos e cacoetes afetados de maquiáveis eclesiásticos.

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