sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

O progressismo e a contaminação da fé


Na velha Rússia, já dizia um possesso dostoievskiano: - “Se Deus não existe, tudo é permitido.” Hoje, a coisa não se coloca mais em termos sobrenaturais. Não mais. Tudo agora é permitido se houver uma ideologia.
Nélson Rodrigues

Um bom argumento a favor do cristianismo é a visível liberdade que ele dá até mesmo para que o contestem dentro do ambiente que ele influencia, ainda que o faça de forma residual. Onde o cristianismo não chegou, a vontade de mandar no mundo desconhece fronteiras. Os laicizantes não percebem isso, sendo os primeiros a dar suporte a leis e outras iniciativas que afrontam os cristãos, sempre em nome daquele pluralismo fajuto. São os descivilizadores por excelência, os porta-vozes da barbárie. Fingem ignorar que, desde a queda da Bastilha, são justamente seus ídolos e coleguinhas militantes de ideologias materialistas os principais responsáveis pela perseguição religiosa no mundo. E que a matança de judeus e cristãos, apenas entre 1917 a 1990, suplanta no número de vítimas todas as guerras religiosas ao longo da história (1).

Em países islâmicos e comunistas morrem 150 mil cristãos por ano. É em nome desse “pluralismo” que os progressistas – piqueteiros e tagarelas por excelência – não fazem uma manifestaçãozinha sequer.

Para os adeptos da religião estatal, qualquer um que acredite em valores universais e imutáveis é um potencial inimigo da democracia. Por isso, tratam de tentar modernizar as religiões, pois o progressismo é precisamente isso: acreditar que as verdades mudam e o homem deve amoldar-se sempre aos tais “novos” valores. Quem assim não fizer, receberá do tolerante e iluminado progressista delicados rótulos como “obscurantista” e “reacionário”. Daí aparecem aberrações como a “teologia” da libertação e o liberalismo teológico. Pelo mesmo processo passa o Islã (2), e isso em parte explica a escalada do terrorismo e outras de suas manifestações violentas.

Vários líderes cristãos, receosos de serem estigmatizados e sob o bombardeio diário das falácias modernizantes, têm capitulado. Por despreparo ou acomodação, sucumbiram à “ética” progressista infiltrada nas igrejas, mas sequer cogitam abrir mão do papel de líderes espirituais. E logo passam a reproduzir o discurso reivindicacionalista dos progressistas, não só contra o “sistema”, mas pior: diretamente contra os valores que até ontem consideravam eternos. Assumem que passam por crises e mesmo assim não fecham a boca. Defendem valores deslavadamente anticristãos em cartas raivosas nas quais dão a entender: - Sou mais amoroso do que vocês!

Assim, a fé deles torna-se por demais perigosa, pois pior do que a mentira explícita é a mentira disfarçada e sedutora, a falácia reconfortante que relativiza o pecado e avaliza os interesses mais comezinhos que irrompem quase que instantaneamente do enganoso coração do homem. Aos poucos, essa fé contaminada torna-se uma conversão às avessas, a magnânima rebelião – o equivalente, nas Sagradas Escrituras, ao pecado de feitiçaria.

Notas:
1- Consultar o site www.persecution.org
2 – Ver o artigo Hijacking Islam, em: http://www.benadorassociates .com/article/19322

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Pureza para subir ao monte

Sempre comento com o Caio Fisherman: nossas interpretações falam mais de nós mesmos do que do objeto de análise. Muitas vezes projetamos nossa maldade em coisas que nem sempre possuem algo de mau. Tudo é puro para os que são puros, lembrou o apóstolo. Por causa de nossa natureza decaída, ser venenoso, traiçoeiro e ardiloso é muito mais fácil do que ser apenas prudente como as serpentes, estando apto para identificar o mal e se afastar. Fico assustado com a facilidade com que certos cristãos acusam seus próprios irmãos sem a menor base ou um mínimo indício, afinal "todo mundo faz isso". Isso bem mostra o que está no coração deles, isso denuncia seus padrões; nada diz do acusado. E indícios não são provas.

Apenas com mãos limpas e um coração totalmente entregue aos princípios espirituais que Deus nos revelou, capazes de trazer pureza ao nosso coração mediante o sangue de Cristo, é que poderemos subir ao monte do Senhor (Salmo 24). Lá, a glória dEle está, e ela nos invade, e nos restaura. Lá, Ele nos revela seus sonhos, delega-nos autoridade e a sua bênção nos alcança.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Cristãos e judeus: educadores criminosos

Se aprovada a Lei 2654/03, que proíbe os pais de realizar qualquer punição física aos filhos, por branda que seja, a mensagem que ressoará a qualquer pai ou mãe que se baseie em preceitos bíblicos para educar seus filhos será clara: - seus valores e seus métodos de educação não valem nada e a partir de agora, são criminosos. Afinal, corrigir o filho com punição física é algo recomendado pela própria Bíblia Sagrada. O livro de Provérbios, compilação milenar de máximas da sabedoria judaica afirma que o pai que verdadeiramente ama seu filho não deixa de puni-lo com uma varinha. Além de se infiltrar na esfera privada, ditando a que nível deve se dar a relação de pais e filhos, o Estado passa por cima de princípios essenciais da educação cristã. Poderá um cristão educar seus filhos à luz do Evangelho sem ser considerado um criminoso, a partir da aprovação desta lei que afronta de uma só vez brasileiros cristãos e praticantes do judaísmo?

Desde já se percebe a omissão profundamente anticristã dos politicamente corretos: se acovardam diante da violência islâmica que promove levantes e estupra jovens ocidentais em várias partes do mundo, em nome de um multiculturalismo hipócrita e de uma tolerância suicida, mas não são capazes de dar um pio contra esse ataque frontal aos valores judaico-cristãos promovido pelo governo brasileiro. Os politicamente corretos levantam-se em nome de minorias étnicas, sexuais e religiosas, desde que estas últimas nada tenham de influências do legado judaico ou cristão. E farão, em breve, seu formidável serviço, com amplo apoio da mídia: logo qualquer pai ou mãe que professem fé cristã ou judaica receberá o rótulo de espancador. Da mesma forma que ficou fácil taxar de pedófilo a um padre, de autoritário a alguém contrário ao aborto, defensores do porte de armas de potenciais assassinos e qualquer defensor mais entusiástico do heterossexualismo de intolerante. Pois moldar o imaginário coletivo valendo-se dos meios de comunicação de massa e leis estapafúrdias é uma tática fundamental para quem deseja implantar um estado ao modelo orwelliano.

Se o Estado destrói toda raíz e autoridade familiar das pessoas, dizendo protegê-las, terá em pouco tempo cidadãos dóceis e facilmente manipuláveis, como os moradores do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. É por isso que leis como essa são facilmente aprovadas e assim os governos vão desmantelando cada vez mais as autoridades tradicionais em troca de relações artificialescas policiadas por burocratas e seus respectivos lacaios.

Os resultados da aprovação dessa lei nefasta, num ambiente de total falência do quadro educacional, de carência de referenciais sadios na esfera artística e cultural, onde o patrocínio do governo só é dado aos seus notórios apadrinhados e cupinchas ideológicos, arautos do "quanto pior, melhor", poderá ser avaliado em poucos anos. Exemplo digno de lembrança é o dos Estados Unidos, que após a proibição da oração cristã nas salas de aula na primeira metade da década de 90, assistiu uma seqüência de assassinatos brutais dentro das escolas. Cometidos pelos próprios alunos. No Brasil, um país onde a Lei de Gérson é pratica diária, ser malandro é qualidade indispensável para um "cara legal" ou "garoto esperto", e ser iletrado não é necessariamente empecilho para ser presidente, as expectativas não podem ser melhores.

Se para a deputada Sandra Rosnado (PSB-RN), "educar pela violência é uma abominação, incompatível com o atual estágio de evolução da sociedade", resta-nos saber quem fará uma lei que defenda os pais da violência de filhos cuja rebeldia é protegida pelo Estado, e que por isso não atribuirão autoridade nenhuma a nada além do próprio Estado. E quem disse à deputada que dar uns tapinhas ocasionais em filhinhos serelepes é "educar pela violência"?

Como se não bastasse aos pais serem obrigados a levarem seus filhos às escolas onde, muito antes de se tornarem maduros fisicamente já são apresentados a diferentes "opções sexuais"; como se não bastasse assistir aos filhos repetirem em casa chavões socialistóides, pois estão sendo doutrinados pela pseudopedagogia deslavadamente marxista de Paulo Freire; como se não bastasse ter a única solução para tais problemas - o homeschooling – proibido por lei, os pais que têm nos valores judaico-cristãos o fundamento da educação de seus filhos terão de enfrentar mais uma lei absurda.

O que lhes peço é que não esqueçam o nome de cada parlamentar que votou a favor dessa lei diabólica.

***

Enviei este artigo para o deputado federal Neucimar Fraga, que está colhendo assinaturas para apresentar recursos em plenário visando a rejeição dessa proposta absurda. O e-mail dele é dep.neucimarfraga@camara.gov.br.

domingo, 5 de fevereiro de 2006

Os evangélicos brasileiros e as causas do Anticristo

Aborto, lobby gay, eutanásia, relativismo moral, planificação cultural, (que eles chamam de “conscientizar as pessoas”), invasões de terra, ecologia utópica, intervenção estatal na economia e a manipulação lingüística dos politicamente corretos. Como se sabe, tudo isso é defendido pela esquerda. Sem falar na caçada às religiões, que vemos todos os dias na mídia. Com ela tenta-se moldar o imaginário coletivo relacionando padres à pedofilia, judaísmo com conspiração, pastores ao lucro financeiro mediante ludíbrio e os padrões de conduta cristã como retrógados e agressivos à natureza humana.

Ainda assim, há cristãos que não conseguem perceber o tamanho abismo que separa o cristianismo pleno das posições ditas progressistas. Não conseguem enxergar nada além das hordas esquerdistas como seus representantes na política. E pior, pegam a Bíblia para tentar legitimar tal posicionamento, tentando aliar a milenar caridade judaico-cristã com a demagogia e o utopismo doentio de mentes embriagadas de totalitarismo e sanha revolucionária.

A hegemonia cultural que a esquerda conquistou no Brasil nos últimos 40 anos explica a influência que ela exerce atualmente mesmo nos redutos considerados mais conservadores: as denominações cristãs e o empresariado. Não é à-toa que, entre os mais atentos, surjam apelidos como CNB do B para se referir à famosa conferência brasileira de líderes católicos. Não é à-toa que, já na década de 70, Nélson Rodrigues se assustava, mas também se divertia, com os grã-finos ignorantes e sedizentes marxistas da elite paulistana. Não é à-toa que, hoje, entre os evangélicos, após anos de sólida resistência, a reprodução do discurso socialistóide e anti-americano por parte de pastores desinformados e jovens semiletrados seja regra na maioria das denominações.

Não sei se esses cristãos percebem que as teses estatizantes e centralizadoras de poder, aliadas aos valores profundamente anticristãos defendidos pela esquerda, são a essência mesma do que virá a ser o governo do Anticristo. Prefiro duvidar que já tenha passado pela cabeça deles tal associação, que dispensa provas, quão notória é. Duvido que saibam que os principais financiadores da esquerda em todo o mundo são megacapitalistas tão poderosos que o próprio capitalismo, para eles, mais atrapalha do que ajuda, pois com livre mercado a concorrência pode oferecer riscos aos seus empreendimentos de escala planetária. São esses megacapitalistas – na verdade, metacapitalistas - Fundação Rockefeller, Fundação Ford, Carnegie, o megainvestidor George Soros, além de outras entidades bilionárias – que financiam eventos como o Fórum Social Mundial e ONGs abortistas, ecologistas e gays. Eles têm prestígio e apoio junto à ONU, entidade que já abraçou oficialmente o projeto de implantação de um governo mundial, um estado supra-nacional em que só será considerado um cidadão pleno quem estiver de acordo com cada uma das premissas defendidas pelos seus líderes, sejam elas referentes à economia, à política, à educação e à moral. Uma moral que permitirá abortos, casamentos gays e recriminará qualquer confissão religiosa mais entusiasmada e “fundamentalista”, num sistema que terá pleno controle da economia. Aos céticos recomendo o exame da vasta bibliografia a respeito, do site www.activistcash.com e a leitura dos artigos True Lies e True Lies II – A face oculta do governo mundial, de Heitor de Paola no site www.midiasemmascara.org.

Prefiro duvidar que um evangélico autêntico, diante de tais fatos, considere tudo isso mera coincidência com a descrição contida no capítulo 13 do Apocalipse. E não observe a cooptação de seus líderes eclesiásticos – conhecedores de teologia, mas não de política – por parte da esquerda, como o mais puro reflexo da ingenuidade da Igreja diante de seus maiores inimigos. Mas é assim que os tais progressistas estão tornando os evangélicos brasileiros os grandes legitimadores da ascensão do reino das trevas. Destruindo a Igreja desde dentro, sem prejuízos institucionais visíveis, mas tornando-a inócua, vazia e incapaz de ser “sal da terra e luz do mundo”. Deixando-a quieta diante do ódio anticristão veiculado pela grande mídia todos os dias e aprisionando a pomba do Espírito Santo nas jaulas da ideologia materialista mais assassina que o mundo já conheceu.