sábado, 23 de dezembro de 2006

Natal, Ano Novo...

Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Romanos 14: 5

Ninguém pois vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir, porém o corpo é de Cristo.
Colossenses 2:16-17

Mesmo secularizado, cheio de distorções, e ainda assim, muito perseguido onde a opressão politicamente correta se manifesta (que o digam os cristãos europeus), desejo um Feliz Natal e um 2007 cheio da presença de Deus a todos os visitantes do P.U. Celebremos a Cristo todos os dias, pois Ele é a ressurreição e a vida, o caminho e a verdade. E aproveitemos esses dias para falar de amor de Cristo para os que mal sabem o que significa este fato histórico incontestável que é a Encarnação do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores; Ele, Jesus, é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas pelos do mundo inteiro (1 João 2:2).

E por falar no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, que veio ao mundo como um bebê, concluo o post com The Lamb, de William Blake. Fiquem com Deus!

The Lamb

Little Lamb, who make thee
Dost thou know who made thee,
Gave thee life, and bid thee feed
By the stream and o'er the mead;
Gave thee clothing of delight,
Softest clothing, wolly, bright;
Gave thee such a tender voice,
Making all the vales rejoice?
Little Lamb, who made thee?
Dost thou know who made thee?

Little Lamb, I'll tell thee;
Little Lamb, I'll tell thee:
He is called by thy name,
For He calls Himself a Lamb
He is meek, and He is mild,
He became a little child.
I a child, and thou a lamb,
We are called by His name.
Little Lamb, God bless thee!
Little Lamb, God bless thee!



ps: Acabo postando algo antes da virada do ano... abraço, povo.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Debater o bom debate

Defender a ortodoxia, a sã doutrina, a Palavra de Deus pura e simples que nos foi deixada e que o Senhor Jesus nos mandou examinar não significa ficar de trelélé teológico com gente que se atém a pormenores e, por causa deles, se desentende, briga e deixa de ter comunhão com seus irmãos. Enfim, gente que por causa do micro, perde o macro de vista. É claro que um pouco de fermento pode levedar toda a massa, e bem sei que o apóstolo Paulo nos alertou contra aqueles que tentam nos enredar com suas vãs sutilezas. Mas percebo que há irmãozinhos que não conseguem vislumbrar para si mesmos outra atividade além da picuinha teológica com outros irmãos. Fazem disso um “ministério”. E vai aspas aí. E lá vêm as maricotas: tradicionais x pentecostais, calvinistas x arminianos, monergistas x sinergistas, além de toda aquela chateação entre as muitas linhas dentro da Escatologia Bíblica.

Engraçado é que esse povo chegado num forobodel teológico, assim que sai do ambiente reformado/evangélico/protestante (ou coisa que o valha), parece vira-lata caseiro quando sai dos domínios de seu dono e volta para a rua. Basta um ateu, um agnóstico ou um fiel de qualquer outra seita, que não pensa nas mesmas categorias que ele, bater o pé, que o zelotezinho criador de caso sai correndo. Se embanana pra responder, sente-se acuado, amaldiçoa gratuitamente, leva para o lado pessoal e mostra toda a envergadura espiritual de quem ainda não percebeu que os alicerces supremos do Evangelho estão no AMOR, no aspecto relacional, e não naquele hermeneuticismo racionalistóide vulgar dos que, por medo do cristianismo falso, não conseguem viver o cristianismo verdadeiro.

Gente, vocês vão me desculpar, mas porque vocês não vão evangelizar? Porque não vão mostrar a secularistas de diversas correntes a miséria conceitual de cada uma delas, para que, a partir disso, eles possam ver a autenticidade da fé cristã e, assim, se convertam? Para mim, ortodoxo digno do nome está muito mais preocupado e preparado para esse confronto, pois visa levar almas ao arrependimento e à salvação, do que para o debate sobre detalhes teológicos dentro dos meandros eclesiásticos. Que, claro não pode ser tido como irrelevante. Desde que feito na hora certa, no ambiente certo, com as pessoas certas. Aquele debate incondicionalmente guiado pelo Espírito Santo de Deus.

O evangelho verdadeiro nos leva a um relacionamento profundo e íntimo com o Senhor Jesus. O evangelho verdadeiro faz-nos ser guiados pelo Espírito Santo para ter comunhão plena com nossos irmãos, apesar das diferenças pontuais. A ortodoxia verdadeira nos leva ao amor, nos conduz a buscar pontos de contato e harmonia e não a buscar pontos de choque e desavença. A ortodoxia verdadeira sabe que não é uma teologia perfeita que transforma vidas e salva do inferno. É o amor a Cristo, que nos leva a submissão a seus excelsos mandamentos. É a obediência à direção do Espírito Santo, que nos levará a ter uma vida santificada. Sem santidade ninguém verá Deus.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Os cristãos que se rendem a César e o ocaso do Ocidente

Ao observar o atual quadro geopolítico e as movimentações de grupos políticos e de instituições de diversos perfis, percebo que o presente período sem conflitos internacionais entre potências está prestes a acabar. "Paz", definitivamente, não há, porque a China espalha horror no Tibete há 30 anos, num Sudão dividido a matança segue incólume e noutras regiões, como o Haiti e o sempre complicado Oriente Médio, a tensão e o medo continuam dando as cartas.

Investindo pesado nas novas armas que inviabilizarão a pressuposta DMA – Destruição Mútua Assegurada – que resguardou o mundo de tragédias nucleares colossais, russos e chineses não abrem mão de suas aspirações totalitárias e cooptam intelectuais, conspiradores, mercenários, terroristas e traficantes. Globalistas exercem influência cada vez maior na educação, na saúde e no imaginário coletivo. Graças à ONU, com seu já assumido objetivo de implantar um governo mundial, suas teses são consideradas máximas científicas cabais. E o cidadão ocidental médio acaba sem perceber e entender a intricada orquestração que visa implodir a sociedade na qual vive.

As idéias que norteiam a maior parte das mentes da Academia e da grande mídia - que a partir daí ditam quais e como serão discutidos os fatos pelas massas - nunca foram tão inadequadas para responder a tais questões e elas mesmas constituem a principal força motriz da atual derrocada civilizacional. Nessa ideosfera putrefata, imperam não só reducionismos como as interpretações mais simplórias, sempre regadas de gordurosa retórica coitadista. Legitimam-se pela técnica goebellsiana ante uma massa mais interessada nas flatulências de Shrek, nas imposturas de Dan Brown, Michael Moore e nas sandices de Saramago e Paulo Coelho. Opiniões resumem-se a slogans disparados assim que se ouvem as palavras chaves. E normalmente contêm mentiras que levam tempo e trabalho árduo para serem desmascaradas. Civilizações morrem de suicídio, não de assassinato, alertava Jean François Revel, falecido meses atrás.

Ao que tudo indica, o Ocidente já colocou a fronte à mira do revólver: a maior parte dos cidadãos ocidentais nem sabe, e muitos quando sabem, duvidam dos valores que os fazem viver no melhor dos mundos. A moral judaico-cristã dá asco, o capitalismo gera um desconforto no peito por mais que os pés estejam em confortáveis tênis Nike ou Adidas. O livre mercado, direito básico e fórmula simples e irrefutável para a diminuição da pobreza - soa como devaneio de velhotes de cartola. Como se um processo que surge naturalmente onde há seres humanos interessados em melhorar suas condições de vida, com base nas trocas livres e voluntárias fosse pior do que a centralização dos recursos econômicos nas mãos de um Estado que impõe sobre todos qual será o padrão de "igualdade" em que todos devem viver. Enfim, vivemos em uma geração que anseia por ser escrava, que, clamando por liberdade de expressão, normalmente a usa para tagarelar clichês libertinos e relativistas e defender aiatolás e ditadores. "Quando na há Deus, o governo se torna Deus." Nesse ponto, Nietzsche e Chesterton concordaram.

Quando a prosperidade alheia ofende, e a própria prosperidade traz culpa, nada resta senão entregar-se a decadência e à miséria. Quando os valores que garantem a liberdade se tornam um peso, os princípios escravocratas dos inimigos já sufocam com seus grilhões antes de qualquer guerra começar. É a derrota prévia, à qual o Ocidente parece já ter sucumbido. Eis os frutos do arcabouço de premissas prometéicas da tal modernidade, que, como bem lembrou o brilhante Eric Voegelin, não passa de um tumor dentro da sociedade ocidental, em oposição à tradição clássica e cristã.

O conhecido analista geopolítico Jeffrey Nyquist sabe que a decadência do Oeste é, sobretudo, espiritual. Nyquist é taxativo: as igrejas falharam. Infelizmente, alguns cristãos não vêem o problema dessa forma. Para eles, a solução se resume a colocar socialistas no poder. Assistem à criminalização progressiva de suas convicções e dela tornam-se cúmplices, defendendo os pressupostos que a ela deram origem e se envolvendo com os que, no futuro, farão da prática de cada princípio cristão um delito hediondo.

Talvez assim, perdendo o que tinham, sob perseguição, tendo de lutar bravamente numa nova ordem planetária, os cristãos vejam o lodaçal de equívocos no qual chafurdaram, lembrem-se do que deveriam ter feito e com quem se aliaram. Talvez assim percebam o rastro de obras infrutíferas e de alianças espúrias que deixaram e, com coração arrependido, tornem a Deus. Somente assim poderão levar o Evangelho puro e simples ao mundo inteiro. Tudo indica que será assim mesmo. A história mostra que há algo no sangue dos mártires que impulsiona o crescimento da Igreja, e o falatório subserviente dos que se deslumbram com as aspirações totalitárias de César são os primeiros sinais de apostasia.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Espinheiro, avalanche...


Como aparar o espinheiro de enganos do homem?
Luther, W. H. Auden

Se há uma definição para a maior parte das idéias que constituem a mentalidade moderna, essa é “espinheiro de enganos”. Thanks, Mr. Auden! Pode-se pensar também numa avalanche de equívocos que pegou o homem no meio da montanha, engoliu-o, desarticulou-o e impulsionou-o com violência até um vale gelado, onde a neve evapora e forma uma densa névoa que impede a visão e fere os pulmões.

A facilidade com que o espinheiro de enganos moderno pode ser refutado me assusta tanto quanto a força com que ele se legitima e a fúria com que é defendido pelos que estão por ele enredados. Noções simplórias do que é ciência, do que é a fé, do potencial e dos limites da razão, além de preconceitos absurdos com o saber dos gênios do passado e de povos milenares. É claro que nem tudo nas tradições presta, mas mesmo muito do que a modernidade advoga ter libertado o homem é falacioso. Muitas dessas “soluções” se basearam em premissas tortas, e logo os problemas ressurgiram com contornos ainda mais macabros. Os exemplos estão aí: na política, o intervencionismo estatal é uma praga que corrói liberdades e recursos; na relação homem/mulher, o feminismo transformou mulheres em brucutus melindrosos; na ciência, materialistas transformam a abstração dos dados empíricos no fato em si e tornam-se robôs de si mesmos. E o que dizer do desespero dos existencialistas? Os exemplos compõem uma lista é longa, e os entusiastas de cada um desses cabrestos são maioria. Talvez por isso as indústrias do entretenimento e do turismo cresçam tanto. Essas pessoas não suportam mais a si mesmas, e precisam sempre de alguma atividade muito prazerosa para calar ao menos por alguns momentos aquela sede espiritual que sem dúvida é o traço mais marcante da natureza humana (e que faz os ateus militantes serem tão inquietos e importunos). Alguma atividade repleta de voluntarismo idealista também ajuda e faz o sufocado moderninho se considerar alguém importante, lutando “por um mundo melhor e pela paz mundial”, ao melhor estilo Ninrode/Torre de Babel. Já que aparar o espinheiro, ou sair de debaixo da neve requer coragem intelectual, espiritual, e o pior de tudo, está fora de moda, eis os paliativos.

- Ai, Eliot, dá um tempo! Justo hoje, no dia da rave você me vem com esse papo! Tenha dó!

Dó? Tenho. Muito!

terça-feira, 29 de agosto de 2006

A arte eterna

Se há uma forma de arte cada vez mais rara, nobre, que é mais elevada e requer maior independência e soberania da consciência do artista frente à contaminação presente em derredor, esta é a “arte pela arte”, a arte desprovida de qualquer alinhamento, qualquer engajamento, alheia a qualquer anseio “social” e livre dos ranços de matriz política, sem aquele panfletarismo vulgar.

É no compromisso com a ordem do alma do criador, no fluir das experiências dele como ser humano enquanto cria e materializa a obra, naquele processo no qual visa superar as limitações das suas ferramentas e dos múltiplos devires da sua vida interior no momento mesmo da criação, no instante mesmo da conexão plena do seu ‘eu’ com sua obra, (o ápice da arte?) é que a arte, evidenciando o que há de mais nobre no ser humano, alcance suas mais nobres prerrogativas.

A arte que permanece, que acaba por tornar-se realmente relevante, que supera a passagem das épocas e que realmente emancipa e beneficia os homens é essa, comprometida não com as agitações frívolas, passageiras e desumanizadoras (porque imediatistas, pragmáticas e ávidas por dominação) dos discursos políticos, mas sim com o que é inerente a todos os homens, com aquilo que os faz os deiformes, autônomos e cosmonômicos. A obra de arte que fica é essa, que se torna “um clássico”, justamente por evocar o que abarca e transcende todas as eras.

Quando a arte é realizada por aqueles que estão submetidos à Verdade Absoluta, esta, uma vez louvada, resgata e projeta a subjetividade humana a uma nova dimensão, na qual a inspiração se renova e o Eterno se estabelece.



ps: Como bem me alertou um visitante, usei o termo "arte pela arte" de uma forma um tanto dúbia, equivocada. No anseio de falar sobre uma arte sem ranço panfletário, fiz, sem intenção, alusão a uma outra forma de pensar a arte: aquela na qual a obra é um fim em si mesmo. Como dá para perceber no restante do texto, não era dessa abordagem que quis me referir.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

P.R.O.P.I.N.A.

Um fenômeno que grassa o ambiente dos debates políticos num país vítima da hegemonia gramsciana é o P.R.O.P.I.N.A.. Não, não falo das safadezas daqueles que de gatos-do-mato no Araguaia passaram a ser os gatunos de smoking de Brasília. Refiro-me ao Plano Revolucionário de Ocultação Político-Ideológica Narcisista e Alienante – P.R.O.P.I.N.A. Tal plano consiste naquilo que vemos os viciados no ópio dos intelectuais praticarem todos os dias: 1- ser um ferrenho esquerdômano e dizer que não é; 2- dizer que não é de direita nem de esquerda, afirmando que estas seriam classificações anacrônicas, mas sem conseguir parar de tagarelar canhotismos um instante sequer.

É óbvio que nestas hordas, há, sim, os que praticam o P.R.O.P.I.N.A. por pura burrice e ingenuidade – os típicos idiotas úteis - aquele povinho de classe média que lê Dan Brown, assiste o canal Futura e enche a boca para dizer que "o comunismo acabou". Porém, os mais perigosos praticantes do P.R.O.P.I.N.A. sabem exatamente o que estão fazendo.

Nos dois grupos que fazem do P.R.O.P.I.N.A. sua cadeira-de-rodas mental, há um aspecto comum e fundamental: ao dizer que não é de esquerda, subentender que nada seria mais correto, moral e lógico do que defender premissas coletivistas como a "justiça social" e a "distribuição de renda". Assim reafirmam o velho maniqueísmo falacioso: solidariedade e sensibilidade aos problemas alheios é monopólio da esquerda e a direita não passa de uma horda de avarentos moralistas. Não é preciso dizer que tais alienadores e alienados nunca leram uma linha sequer escrita por Ludwig von Mises ou Eric Voegelin.

Entre os do segundo tipo, muitos até dizem que odeiam Nietzsche, mas são o retrato vivo da tamanha umbigolatria que se pode chegar o "super-homem" idealizado pelo prussiano raivoso. "Quem tem rótulo é vidro de requeijão", dizem esses que, como Nietzsche pensou, pensam poder estar além e acima do bem e do mal. Mas como são humanos, demasiadamente humanos, é claro que acabam pendendo para um lado. E como todo "último-homem", seguem a boiada que entrou na onda hegemônica.

E lá vem eles, com aquela eloqüência sui generis: "não é a questão de ser de esquerda, ah, tipo, nada a ver, mas é que, pô, olha aí 'os pobrinho', tanta gente com fome, sem emprego... poxa, capitalismo é uma....". É o que dizem nas salas de aula, nas festas de família, à mesa do bar, na qual jogam a chave do Audi TT, o celular Nokia e os óculos Oakley. (Calma, o porco capitalista aqui só está descrevendo, não está fazendo "merchand" – mas gostaria e está precisando – Anuncie aqui!).

P.R.O.P.I.N.A., Plano Revolucionário de Ocultação Político-Ideológica Narcisista e Alienante: O que toda a (not so) New Left tapuia pratica compulsivamente, seja na forma da sigla – entre seus militantes, ou na pura acepção da palavra – com seus líderes engravatados. Pois ser de esquerda está na moda, é "cool", e todo esquerdista que se preze deve estar com o modelito mais "in": no momento, trata-se de um disfarce mal feito, mal cortado, mal costurado, sujo do sangue de milhões de vítimas e que sai voando assim que os mais desprezíveis esquerdômanos brasileiros abrem a boca.

sábado, 12 de agosto de 2006

Não ofende, não é mesmo?

Como se obter paciência para lidar com essa esquerda-Häagen-Dasz que toma as dores do Hezbollah?

O quê dizer do novo anti-semitismo/anti-sionismo evangélico baseado no “vi no Jornal Nacional”? O que é que deu nesse povo? Muita novela? Levaram a sério os livrinhos de geopolítica recomendados pelo MEC?

Só mais duas:
Quem será o próximo colunista-Katiusha das revistas evangélicas brasileiras?

Quem fará o texto mais lacrimogêneo e repleto de justiça cósmica/abstrata da próxima edição da revista Ultimato?

Quem acertar leva aquela paçoquinha "trique-trique"...


ps: Alô, alô, canhotinho: antes de começar o duckspeacking orwelliano em minha caixa de comentários, leia isso, veja isso, e mais isso. Aí você diz quem é o manipulado. Dá uma passadinha aqui e aqui também.

domingo, 6 de agosto de 2006

Miséria vicia

Que o ‘bom’ é inimigo do ‘melhor’ é sabido. O que me espanta é perceber que o ‘ruim’ é inimigo dos dois, e parece ser tão cativante, ao menos para alguns. Me assombra ver tantas pessoas se contentarem com tão pouco. Sabe aquela pessoa que, de tão acostumada a ver as atrações musicais do programa do Faustão ou das rádios FM, “acha chato”, “pra velho”, escutar um virtuoso pianista executar Liszt (ah, Liszt) ou então a Sinfônica de Viena? Pois é.

Não que eu seja o mais rigoroso dos elitistas culturais, estou longe disso, e o que quero destacar é que o problema é ainda mais grave quando não se trata apenas de arte e cultura, mas sim da vida espiritual. Jesus nos prometeu vida em abundância, mas vejo muitos cristãos com uma vida capenga em tantas áreas que só posso chegar a essa conclusão: miséria certamente vicia. São emocionalmente frágeis, cheios de complexos, orgulhosos/tímidos, (nesse caso o problema é exatamente o mesmo, apenas com manifestações distintas) etc. Mas ao serem confrontados a se posicionar de forma diferente, a correr como a mulher com o fluxo de sangue em direção a Jesus e receber a cura que as farão voar mais alto, se retraem, fingem que não é com elas e prolongam suas existências (vida aquilo não é) naquela versão distorcida e amesquinhada do Evangelho que inventaram para si mesmas, para acomodar suas misérias. Triste de ver.

É preciso estar atento e pedir para o Senhor mostrar em quais áreas da vida pode-se estar nessa condição. Ninguém está livre de se viciar na miséria em alguma área, e não se conformar com ela fará com que sejamos odres novos, capazes de receber o vinho novo que nos encherá de alegria e nos capacitará para toda boa obra.

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Post de aniversário



Neste mês o P.U. completou um ano!

Este foi o primeiro post.

Gente, obrigado pela atenção, apreço, pelas visitas e comentários! Fiquem com Deus e até depois.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Sobre show do Slipknot, ou ‘Incoerências filistéias’

Para mim, rock é mais ou menos como gibi ou buffet de sorvete: é legal, divertido, mas sei que há coisas melhores e só aquilo não me sacia e nem pode ser levado muito a sério. Dias atrás assisti a um show da banda Slipknot num canal de tevê a cabo. O som dos caras, dentro da proposta, é bom. A performance é impressionante. Os trajes e máscaras evidenciam uma atitude poser às avessas, na qual a vaidade mezzo gay mezzo brega a la Motley Crüe é substituída pela estética horror-subversão-casa-de-carnes. Marketing puro, nesses tempos em que a moda é ser malvadão, rebelde e monstrengo. Mas duro de agüentar é o discurso, não só pelas blasfêmias...

Certamente uma das características mais fortes atualmente da cultura de massas é a retórica da “revolta contra o sistema”. O mesmo “sistema” que permite aos artistas liberdade para criticá-lo, garantem bons rendimentos (o cd ‘Iowa’ vendeu absurdamente) e permite que adolescentes gordinhos de bochechas róseas (1) sejam levados pelos pais aos shows confortavelmente com seus Audi ou Toyota, após um reforçado lanche com Fruit Loops, Nutella, batatas Pringles, etc.

É a esses de cortes de cabelo sóbrios e bem passadinhas camisetas pretas que o vocalista da banda se refere como “novos abortos” e “maggots”. Hilário, ainda mais quando a câmara dá um zoom nos bem-nascidos. Ouve-se muito aquela palavrinha que evidencia a pobreza do vocabulário torpe no idioma inglês. E a molecada grita ensadecida...

No final das contas, engraçado, quem não vive o que prega e é taxado de burro é o crente aqui... Até meus amigos não-cristãos concordaram comigo, ao perceberem tantos contra-sensos. Alguém até pode me dizer ninguém estava ali para ser coerente, apenas para se divertir. Mas o problema é que essa incoerência, hoje, está em toda parte, tem um propósito claro e disso só discordam os que, normalmente, já aderiram a ela.



1 - Lembrei aquela do W. H. Auden sobre Nietzsche, Hitler e mais um outro.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Perseverar na comunhão

(...) afim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Oração de Jesus, em João 17:23

O Vinícius e a beleza que me desculpem, mas comunhão com os irmãos é fundamental. E não falo só do “ir à igreja”, mas sim do “perseverar na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações”. Tenho sido muito edificado ao buscar estar mais próximo dos meus irmãos na fé. Estes e também minhas novas amizades têm contribuído para o mais importante dos crescimentos na minha vida, o espiritual, que dinamiza todos os outros, na caminhada rumo à “estatura de varão perfeito” da qual o cristão jamais deve perder o foco.

Deus manifesta seu amor por mim por meio das minhas amizades. Exortam-me, confortam-me e me agüentam, pois sou um chatão, e isso não é novidade para ninguém. Todos nós temos nossas idiossincrasias, e é por isso que Lucas usou o termo “perseveram” para descrever a atitude com que os primeiros cristãos buscavam um padrão de convívio que glorificasse a Deus. A igreja primitiva perseverava, persistia na comunhão. Comunhão requer esforço, muitas vezes. Porque amor não é sentimento, é decisão.

Para finalizar, uma ótima do Isaque: Não tenhas nojo de beber na minha taça, pois não terás nojo de viajar na minha lancha.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Pós-modernidade e fé cristã

Quase todas elas são bobagens sem mais tamanho, mas se há uma característica da tal pós-modernidade, (são poucos os bons teóricos que usam tal termo) é a descrença na possibilidade de um conhecimento pleno sobre as coisas, o ceticismo quanto à pura apreensão do que de fato é um objeto por parte do sujeito; enfim, a descrença na objetividade racional. “A razão sempre é afetada pelas influências externas, condicionadas socialmente”, diz o pós-moderno, conspurcando imanentismo e lançando toneladas de terrestrialização sobre os ombros alheios. De qualquer explicação lógica da origem transcendente dessas “influências externas” tais teóricos fogem como o diabo da Luz. Pois correriam o risco de ter de lançar o discurso que lhes confere autoridade e bons salários no lixo.

Engraçado é que eles criticam a validade da “lógica linear”, mas não conseguiram estabelecer qualquer lógica multilinear, não linear ou coisa que o valha para refutar as velhas premissas das teorias do conhecimento embasadas sobretudo em Aristóteles. Criticando a lama em que os porcos iluministas chafurdam, as bernes encalacradas sugerem aos seus hospedeiros os esgotos pútridos da irracionalidade.

A presunção dos parasitas pós-modernos também começa lá na metafísica tosca de Kant. Sim, não há ninguém “neutro”, tampouco livre de influências, mas essa visão puramente quantitativa da verdade, desprovida do conhecimento mesmo dos fundamentos da própria objetualidade, legitimou o pai dos métodos tronchos e modelos apriorísticos baseados no umbigo do sujeito e no desconhecimento do objeto: o subjetivismo. A partir desse “cada um na sua”, nasce nas planícies áridas da ignorância o cacto relativista.

É nisso que dá a “razão” sem Deus dos modernos e o “nem razão moderna, nem Deus” dos ditos pós-modernos. Quando a Bíblia fala que a sabedoria edificou para si uma casa, é porque tal sabedoria não só é possível, como habita num lugar definido e seguro. Quando por meio do profeta Oséias Deus declara que meu povo padece por falta de conhecimento, fica claro que o conhecimento não só é possível como é absolutamente necessário ao homem. Quando observa-se a evolução das idéias materialistas e os resultados medonhos do advento destas na sociedade, percebe-se que a humanidade jamais deveria ter esquecido que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria.

Pior do que a burrice dos materialistas é a dos sedizentes cristãos que endossam os tais pressupostos pós-modernos. Mas é assim mesmo. O suicídio intelectual e o espiritual sempre andaram juntos.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

'Ad botocundiam', essa falácia é nossa!

Pela natureza do meu ofício, sempre procuro estar atento à presença das variadas formas de manipulações, falsificações e falácias que permeiam as relações humanas. E se há algo que aprendi, é que, seja nas conversas na fila do banco ou analisando o conteúdo dos meios de comunicação de massa, todo cuidado é pouco. De uns tempos para cá, fazendo essa pesquisa de campo às vezes até de forma involuntária, ainda assim acabei por descobrir uma nova categoria de falácia. Só no Brasil ela poderia surgir, e aqui é usada compulsivamente. Deve ter suas versões devidamente regionalizadas em outras plagas, mas certamente é a expressão mais macabra e emburrecedora que o patriotismo doentio pode parir. Uma vez identificada, classifiquei-a de argumentum ad botocundiam.

O ad botocundiam, na verdade, é uma variante do ad verecundiam, o argumento de autoridade, e se refere ao Brasil, aos brasileiros, à cultura brasileira, como se em tudo isso existisse alguma autoridade per si. Ao defender o óbvio, ou coisas que deram certo em outros países pelo simples fato de que dariam certo em qualquer lugar, o botocudo usa o ad botocundiam para afirmar que “o Brasil é diferente”, “nosso caso é outro”, e pior: “ah, mas nós devemos encontrar soluções nossas”.

Ouço tais sandices e fico pensando o que há de tão especial num povo que mal consegue se ater aos fatos – e as provas estão aí - e não contorna problemas há muito tempo superados por outras nações. Mas que ainda assim se considera o supra-sumo da humanidade, com atributos diferentes do restante da raça humana; e, por isso, distinto demais para fazer o que é certo para os outros.

Constatei também que quem usa o ad botocundiam não percebe as implicações subjacentes de sua atitude: se o Brasil nada precisa imitar de outros povos, pois é um caso à parte, logo também nada tem a acrescentar ao mundo. Mas se disso você alertar quem usa essa falácia/patriotada, ele te ridiculariza, diz que você é um desertor, que se vendeu, que é um ressentido etc. Lógica, definitivamente, não seria o forte de quem usa o ad botocundiam.

É exatamente a tentativa de driblar a consciência dessa constatação – de que a Botocúndia está longe de ser exemplo para o mundo - que faz o usuário do argumentum ad botocundiam se exaltar tão facilmente. Pois a muleta psíquica, a prótese existencial de um povo frívolo não pode ser chutada assim, de forma tão implacável. Mais que uma falácia, o ad botocundiam mostra que a desinformação e o orgulho besta podem descambar na cegueira e fazer um país sucumbir a um estado de torpor ufanista mesmo quando a corrosão institucional, a decadência, e o caos social tornam-se praticamente sinônimos do seu nome.

terça-feira, 20 de junho de 2006

A medida do Espírito

No ano de 2000, ao retornar de um impacto evangelístico da Jocum, em Porto Seguro, passei alguns dias na casa da família de um amigo em Ilhéus, junto a mais dois amigos. Lá, certo dia, recebemos uma visita muito especial: uma amiga de sua mãe, da Igreja Assembléia de Deus. Sábia e cheia da presença de Deus, conversou conosco no que, para mim, foi um dos mais agradáveis cafés da tarde de toda a minha vida.

Durante a conversa, entre exortações, conselhos e reflexões preciosas, esta senhora profetizou sobre as nossas vidas, na mais pura acepção da palavra ‘profetizar’: falou movida pelo Espírito de Deus – ou melhor – deixou Deus falar através dela; deixou-se ser usada por Deus.

Não é preciso dizer que a experiência, para mim e para meus amigos foi magnífica. Fomos confrontados, confortados, consolados e incentivados a fazer as mais extremas concessões à ação de Deus em nossas vidas. Mas, ao final da conversa, quando eu pensava já ter recebido tudo o que Deus reservara para mim naquele dia, essa abençoada mulher disse:

- Amigos, agora vou embora, para que façamos tudo conforme a medida do Espírito.

“A medida do Espírito.” Tais palavras atingiram-me em cheio. “Tudo conforme a medida do Espírito”.
Pensei: É isso!

Sim! Nem mais, nem menos! Nada deixar por fazer, e não fazer nada mais do que Deus direciona! Tudo à medida do Espírito Santo. Ah, e o quão sensível preciso estar ao Santo Espírito!

- Deus, só Tu podes me ajudar a fazer tudo sempre conforme a medida do Espírito!

Porque a completa obediência a Ele é o alvo do cristão. Em tudo, até nos detalhes. Assim Ele é plenamente glorificado.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Política à luz da Bíblia

Dias atrás, ao comentar no blog O Tempora O Mores, fiz uma brincadeira com o teólogo Solano Portela: afirmei que lançaria a campanha “SSS - Senta o sarrafo, Solano!” para incentivá-lo a escrever mais sobre política. O motivo é simples: quando a maior parte dos mestres no ensino das Sagradas Escrituras parece sucumbir à ideologia socialista, encontro um teólogo cujos textos merecem mais destaque pelo simples fato de refutar toda essa série de mentiras grotescas recorrendo simplesmente à leitura cuidadosa da Bíblia. E sem ginástica retórica.

Segue alguns trechos de seus artigos.
Sobre o socialismo:

(...) alguns proponentes mais insistentes passam a defender que a visão socialista é algo típico do Novo Testamento, apelando ao registro de Atos 2.42-47 – à comunidade de bens. Mas a exegese correta do relato, à luz do contexto textual e histórico, não fornece qualquer base para um modelo comunista de governo aplicável às nações da terra. Primeiro, temos aqui um registro histórico-descritivo de um micro-cosmo social existente entre cristãos, não uma definição prescritiva aos governos e governantes (um texto prescritivo é, por exemplo, a passagem claramente anti-socialista de 1 Ts 3.10 – “se alguém não quer trabalhar, também não coma”).(...)
Precisamos, como cristãos, reconhecer que essa moda de subscrição à cartilha socialista, que perdura há várias décadas, é carente de sustentação teológica e capenga em uma premissa que é totalmente anti-bíblica: a bondade natural do homem.
­ Do artigo Socialismo na Bíblia? Mitos e verdades

Sobre as atribuições bíblicas do Estado, Solano ressalta:

(...)O livro que Deus escreveu para o homem – A Bíblia – ensina a origem da autoridade, e constatamos que ela procede de Deus (João 19.10-11). Ela também nos faz entender a origem do estado, e constatamos que ele se tornou necessário após a queda do homem em pecado, sendo formalmente instituído após o dilúvio (Gênesis 9); igualmente ela explicita o propósito principal do governo – a segurança dos seus governados (Romanos 13).
(...)
Em todas essas questões, vamos encontrar a Bíblia dando diretrizes que focalizam a tarefa principal do governo – a repressão aos malfeitores e o reconhecimento dos que praticam o bem (1 Pedro 2.13-14).
(...)
Na sociedade, a autoridade recebida de Deus é exercida pelo governo civil. Sem dúvida, de acordo com o texto magno de Romanos 13.1-7, os governantes têm a obrigação primordial de zelar pela ordem civil. É simples assim! Todas as demais questões nas quais se envolvem, são supérfluas. Todas elas tiram o foco e a concentração do principal – essa é a grande razão de estarmos envolvidos neste caos – porque durante anos, o governo tem sido voraz e temos alimentado a sua insaciabilidade.
Do artigo Insegurança e Comoção Social – quando o governo perde o foco do seu propósito principal

Outras excelentes ponderações também podem ser encontradas no artigo FOME, capitalismo e a necessidade de precisão na análise.

Oro para que cada vez mais os cristãos sejam sal da terra e luz do mundo também no que tange à política. Que ao invés de politizar a Igreja - o que muitos têm feito – a Igreja passe a fazer com que os princípios eternos da Palavra de Deus influenciem cada vez mais nossas lideranças e nosso quadro institucional. Assim o Brasil poderá, de fato, ser uma nação cujo Deus é o Senhor.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Gondim, mais uma vez, discordo

O cristianismo não precisa advogar tanto a ortodoxia. O mundo já não se interessa pela defesa de verdades, quaisquer que sejam elas. Existe um fastio quanto a dogmatismos — ideológicos ou religiosos. O anseio é por coerência entre discurso e vida.
Ricardo Gondim, no artigo Salvemos a próxima geração

Ortodoxia é importante sim. Quem não é fiel à Palavra de Deus nem mesmo na exegese, na teoria, será fiel na prática? Duvido. Quem não honra a Revelação divina - pura, simples e milenar, que mudou a história de pessoas e povos inteiros - nem mesmo na hermenêutica, não honrará uma interpretação moderninha qualquer na prática.

E daí que o mundo não se interessa pela defesa de verdades? Quem disse que o que se pensa no mundo deve ser referência para a atuação da Igreja?

De que adianta a coerência entre vida e um discurso distorcido, mentiroso?

A maior dificuldade dos cristãos para harmonizar discurso e prática é que, ao contrário dos discípulos e defensores de todas as outras religiões, teorias e ideologias, o cristão não acredita num discurso inventado por homens. Mas sempre há aqueles que tentam alguns atalhos, misturando cristianismo com outras coisinhas profundamente demoníacas.

Nem é preciso citar versículos que nos advertem quanto ao zelo pela genuína Palavra de Deus, não é mesmo?

terça-feira, 23 de maio de 2006

A mídia de massa, os cristãos, e uma proposta

Se me pedirem para apontar cinco jornais que estejam claramente acima desta média -- se me desafiarem a relacionar cinco jornais que sejam dirigidos de forma tão inteligente, justa, corajosa, decente e honesta como uma fábrica média de pregos, uma empresa de crédito imobiliário ou um negócio de importação de arenques --, levarei dois ou três dias para fazer a lista. E, quando ela estiver pronta e for lida pelo meirinho no tribunal, haverá um rumor de risadinhas abafadas à menção de quase todos eles. Estas risadinhas virão de jornalistas que devem saber um pouco mais do que eu sobre o assunto.
Sobre o Jornalismo - Henri Louis Mencken

Se aquilo que é mostrado é controlado, não há porque se preocupar com as opiniões que surgirão. Opinião depende diretamente da informação. Controlado o fluxo de informações, o grosso da opinião pública estará controlado. É simples assim, mas nunca pensamos que é com a gente. Manipulados são sempre os outros.

Tão importante quanto aquilo que está nos jornais é aquilo que NÃO está, aquilo que NÃO foi notícia. Para lê-los corretamente, não se pode esquecer nunca disso. O conteúdo essencial para que haja a possibilidade de se alcançar um mínimo de objetividade acerca dos fatos NÃO chega pelas grandes agências de notícias nem estará na maior parte dos jornais. E tão importante quanto à notícia dada, é a forma como foi dada. Essa forma, muitas vezes, fala mais sobre o veículo – seus interesses, o perfil intelectual de seus profissionais - do que do fato em si.

Ensina-se nas igrejas crianças e adolescentes a ler a Bíblia, entendê-la e a praticar seus preceitos. Mas será nos mass media que a fé receberá suas primeiras afrontas. Urge, portanto, fazê-los compreender os aspectos mais vis dos meios de comunicação – quem os controla, quem neles trabalha, e quais suas intenções. Fica a dica: oficinas de análise de conteúdo dos veículos de comunicação – com profissionais capacitados e maduros espiritualmente - para aguçar nos infantes o olhar crítico e oferecer-lhes critérios seletivos, tornando-os aptos para identificar a procedência e as intenções das idéias e das informações veiculadas. Assim poderão contornar a avalanche de engodo e desinformação que os cerca e faz o Corpo de Cristo tomar os mais equivocados posicionamentos em tantas ocasiões.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Escola em Casa – novo blog

Leonardo da Vinci, Mozart, Graham Bell, Thomas Edison, Abraham Lincoln, George Washington, Jonathan Edwards, Dwight L. Moody, John Owen, irmãos Wesley, Albert Einstein, Blaise Pascal, Winston Churchill, Benjamin Franklin, Charles Dickens, C.S. Lewis, George Bernard Shaw, Mark Twain, Charles Chaplin, John Stuart Mill, Montesquieu, Tolstoy.

O que estas pessoas têm em comum? Estudaram em seus lares por boa parte de suas vidas. Essa lista de célebres homens e mulheres é ainda mais extensa e certamente inclui alguns que jamais chegaram a adentrar uma sala de aula. Pois educar os filhos e estudar em casa sempre foi algo comum para famílias de várias culturas e etnias ao longo das épocas. Infelizmente, após o advento da modernidade, o Estado totalitário de inspiração iluminista roubou esse direito inalienável de vastos contingentes populacionais.

É pelo resgate dessa antiga prerrogativa da família que luta meu amigo Julio Severo, que acaba de montar um blog repleto de valiosas informações sobre o homeschooling: http://www.escolaemcasa.blogspot.com/
Não deixem de visitar!

Engenharia comportamental, doutrinação ideológica: foram se os tempos quais as crianças eram educadas. Diante desse quadro, o direito ao ensino doméstico passa a ser para os cristãos uma opção da qual não se pode abrir mão.

Antes que me perguntem: não, não sou contrário às escolas tal qual conhecemos. Não sou contrário ao "o quê", e sim ao "como". Assunto para outro post.

sábado, 6 de maio de 2006

A redução ontológica e o “Ide”

Liga-se a tevê e eis os telejornais com aquela avalanche de preocupações com saúde pública, amparo aos aposentados, direitos trabalhistas de toda ordem, “cidadania” e todas aquelas nojentas palavras-de-ordem lacrimogênias com o termo “social” no fim. A primazia dos impulsos secundários. Repetem-se os clichês em favor da “auto-estima”, conceito estranho, difuso, que, sob seus auspícios, faz florescer a nova geração dos ególatras com sua peculiar moral de plástico, coitadista, cinicamente multiculturalista e politicamente correta.

O homem moderno parece um frágil bichinho de estimação que a cada passo que dá precisa de mil e um cuidados do Leviatãzão estatal, esse hábil amestrador. Um frouxo, um chorão, um covarde, um subserviente.

A fé, a família, as responsabilidades pessoais, a defesa da pátria, a defesa dos valores que proporcionaram o desenvolvimento da sociedade – os impulsos primários - tudo isso é um fardo pesado demais para o homem moderno. Para essas coisas tenta-se de todas as formas criar “novos paradigmas”. Ávida está a Academia para enterrar o que chama de “famíla tradicional”. A combinação da cultura de shopping center com as ideologias de massa fizeram do cidadão ocidental médio um autêntico palerma. Que já cogita entregar-se servilmente aos homens-bomba, ainda que devidamente anestesiado com lixo acadêmico e midiático, mas que não hesita em abortar um filho que venha obstruir sua vida umbigolátrica de poodle com a camisa do “Che”.

Eric Voegelin usou o termo redução ontológica para se referir a essa mudança de enfoque sobre aquilo que realmente importa para uma civilização. De Deus, do summum bonum, caiu para o summum malum – o medo da morte, introduzido por Hobbes. Depois buscou-se a estabilidade da ordem civilizacional na “Razão”, com “r” maiúsculo, dos desastrados e satânicos iluministas. Mas logo esta logo é pisoteada pelo utilitarismo de John Stuart Mill. Nas palavras de Voegelin, a fase final do processo:

A tentativa de substituir a razão pelo útil foi seguida por outras etapas de descensão ontológica – como, por exemplo, pelo descenso às forças tecnológicas da produção, em Marx; à estrutura racial dos grupos humanos, em Gobineau e seus seguidores; e, finalmente, aos impulsos biológicos, na psicologia do inconsciente. Assim, a substância da ordem desceu, na escala ontológica, a partir de Deus, resvalando hierarquia abaixo pela razão, a inteligência pragmática, a utilidade, as forças de produção e determinantes raciais, até chegar aos impulsos biológicos.

Concluindo: Jesus orientou: buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas, mas nos últimos séculos tentou-se forjar as mais estapafúrdias alternativas para contornar este mandamento e sua amável promessa. Não se buscou o Reino de Deus e agora outros reinos - o de Allah e o do Estado-babá, protótipo do reino do Anticristo - estão aí, às portas.

Estão os cristãos preparados para reconduzir ao menos o Ocidente (a ordem na realidade é: ide POR TODO O MUNDO e pregai o Evangelho) aos pés da cruz? Ou será que os impulsos biológicos falaram mais alto que o Espírito Santo na vida dos ocidentais sedizentes discípulos de Cristo?

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Sede de excelência

O profeta Daniel, em sua juventude, não só resolveu não se contaminar com as finas iguarias do rei, como também não comeu do pão da preguiça. Pois não foi à-toa que entre os eruditos jovens de Judá, quando o reino estava sob jugo babilônico, lá estava Daniel, aprovado no “vestibular” do rei Nabucodonozor. Ali chegou mostrando que até se alimentar melhor que os outros jovens escolhidos ele sabia. Quanto à sabedoria e o conhecimento, o próprio Aspenaz considerou Daniel e seus amigos “apenas” dez vezes mais sábios que os magos e encantadores da Babilônia.

Percebo com isso que a fidelidade de Daniel a Deus, louvável durante sua exemplar trajetória, começou muito antes, com um forte anseio de dar o melhor de si em tudo, com o simples objetivo de glorificar o nome do Deus de Judá em cada circunstância de sua vida. Ousado, disciplinado, sensível às revelações de Deus e com uma superioridade intelectual e espiritual que em seu semblante acabou por tornar-se notória, vide o episódio da escolha de sua dieta.

Desnecessário é dizer que Daniel deve ser um exemplo de conduta para a vida de todos os cristãos - num tempo em que a palavra ‘excelência’ deixou de ser valorizada. Tempo no qual se vê os que deveriam ser mestres na Palavra “dando na trave” em sermões, servos desleixados nas igrejas, músicos pífios e ministros imaturos conduzindo o louvor e a adoração e a mediocridade prevalecendo em várias áreas da nossa própria vida.

Verdade é: Aspenaz, eunuco de Nabucodonozor, escolheu os melhores. Já Jesus escolheu para seus discípulos - que mais tarde se tornaram os grandes líderes da igreja primitiva - jovens simplórios, néscios e birrentos. Não há problema nenhum em ser como eram os recém-escolhidos discípulos de Jesus. O que não se pode é permanecer assim por toda a vida, em tantas áreas. A vida dos apóstolos e a de Daniel devem inspirar cada cristão a ter sede de dar o melhor de si em todas as coisas, para que o Reino cresça e que, repletos da sabedoria vinda do alto e sem o cheiro da carne em nós, fechemos as bocas dos leões da Babilônia moderna.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Agitação política e miséria espiritual

Um dos clichês presentes na ponta da língua de ateus peso-pena (99% dos casos) é o de que a fé no sobrenatural e em verdades absolutas constitui uma fuga da realidade, uma muleta para almas fracas. Na Academia muito se fala também que o estabelecimento e a defesa da verdade e da fé não passam de estratégia para fazer com que homens se submetam a outros. É comum ouvir os tais intelectuais tagarelarem o que Michel Foucault afirmou em seu Microfísica do Poder:

A "verdade" está circularmente ligada a sistemas de poder, que a produzem e apóiam, e a efeitos de poder que ela induz e que a reproduzem. "Regime" da verdade.

Logo adiante declara:

O problema político essencial para o intelectual não é criticar os conteúdos ideológicos que estariam ligados à ciência ou fazer com que sua prática científica seja acompanhada por uma ideologia justa; mas saber se é possível constituir uma nova política da verdade. O problema não é mudar a "consciência" das pessoas, ou o que elas têm na cabeça, mas o regime político, econômico, institucional de produção da verdade.

Não se trata de libertar a verdade de todo o sistema de poder – o que seria quimérico, na medida em que a própria verdade é poder – mas de desvincular o poder da verdade das formas de hegemonia (sociais, econômicas, culturais) no interior nas quais ela funciona no momento.

Para o Foucault, que morreu de Aids - deveria pensar que a existência do HIV não passava de um discurso do moralismo capitalista para dominar e reprimir as pessoas - a verdade, que ele fez tanta questão de pô-la sempre entre aspas, crendo que a inexistência dela fosse, uma... verdade, existia apenas como instrumento de dominação, de poder, para a implantação de hierarquias e regimes. Uma mera ferramenta criada pelos homens repletos da libido dominandi da qual falava Hobbes.

Jovens mais preocupados em "sair na balada" e "ficar" com a gatinha certa, ao entrar em contato com tais teses, logo aprendem a papagaiá-las – sempre prontos que estão a absorver qualquer coisa que dê certa consistência ao "faço faculdade". De fato, nada mais justo que consagrar a mesa de bar como o local mais apropriado para a livre circulação das idéias de Foucault.

No entanto, sem a verdade o homem não vive. E com o sufocante vácuo espiritual contemporâneo, as pessoas
não só passam a acreditar que a solução para suas vidas é ingressar na igreja Jedi ou na do deus Maradona, como se apegam a preceitos como o de Foucault e à infinita cadeia – não há termo mais preciso - de reivindicacionalismos que ele suscita. Assim a agitação política passa a ser o diclofenaco psíquico dos que não reconhecem a veracidade (como poderiam?) da máxima de Spinoza: sentimos e experimentamos que somos eternos.

Não há fuga maior da patente realidade espiritual do que restringir toda a missão dos homens na Terra à esfera sócio-cósmica. Aí está a essência do velho gnosticismo do início da era cristã. Eis a força motriz das ideologias totalitárias modernas. Sem dúvida, uma das mais eficazes ferramentas na mão do diabo atualmente e que pode funcionar mesmo para os cristãos. Quem dá testemunho disso é o demônio Screwtape, da ficção de C.S. Lewis Cartas do Inferno:

Uma vez providenciado para que encontros, panfletos, políticas, movimentos, causas e cruzadas comecem a ter muito mais importância para ele do que as orações, ordenanças e a caridade, ele é nosso e quanto mais religioso (nestes termos) ele for, mais seguramente nosso ele se tornará. Eu poderia mostrar a você uma gaiola cheia desse tipo de almas aqui embaixo.

Que o cristão fique atento para que também não caia nessa armadilha. Alguns não só já caíram nela como a transformaram em "teologia" e em balizas para suas missiologias. Outros não chegaram a tanto, mas sem querer, acabam contribuindo para a politização de todos os aspectos da vida e das atividades da Igreja de Cristo, lamentavelmente.

terça-feira, 11 de abril de 2006

Exercícios espirituais


Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina
I Carta de Paulo à Timóteo cap. 4, ver.16

Quantas coisas há para desviar a atenção daquele que valoriza a proximidade com Deus! As notícias – todas parecem importantíssimas; os anúncios – tentando incutir mais desejo, mais ambição, mais inquietação; as causas – todas parecendo tão nobres e justas; as inúmeras opções da indústria do entretenimento – eis o amigo ao telefone, convidando para assistir tal filme, tal disputa, ou para saborear tal prato ou bebida... Sem falar nos sonhos, projetos, o casamento, a família, os estudos, os trabalhos e os gostos, os hobbies... Na agitação da vida na metrópole, ainda que não seja numa das maiores, a busca daquele tempo interior, daquele momento no qual a alma pode se aquietar para buscar a presença de Deus e ouvir Sua voz acaba por se tornar um grande desafio, uma árdua batalha.

Oração, meditação, estudo da Bíblia, reflexão sobre os acontecimentos e sobre suas próprias atitudes, a contemplação daquilo que Deus fez e do que Ele tem feito: sem momentos de tempo e silêncio, esses exercícios espirituais, que, segundo o apóstolo Paulo, são muito mais proveitosos do qualquer outro exercício, se inviabilizam. Com o tempo a alma sente o desgaste, fica “fora de forma” e esse constante nado contra a corrente torna-se mais difícil. O risco de se deixar levar pela águas é crescente – estas encontram-se cada vez mais turvas, agitadas, poluídas e caudalosas.

Pobre da pessoa que, por alguma razão, deixa de praticar os exercícios espirituais a contento. Pior para aquela que nem falta deles sente, enredada pelas distrações mundanas ou por suas próprias fraquezas interiores. Não abrir mão desses instantes preciosos e manter-se vigilante durante o dia-a-dia, alerta para o que acontece ao nosso redor e em nosso coração (quem já não acordou repleto da alegria dEle e acabou o dia com a alma aos trapos?) não constitui excentricidade, luxo ou frescura; é cuidar de si próprio, é valorizar a própria vida, pois grande nuvem de testemunhas rodeia o discípulo de Jesus.

quinta-feira, 30 de março de 2006

A ONU começa a mostrar suas garras

"Os problemas da humanidade já não podem ser resolvidos pelos governos nacionais. O que é preciso é um Governo Mundial. A melhor maneira de realizá-lo é fortalecendo as Nações Unidas."
(Relatório sobre o Desenvolvimento Humano da ONU, 1994).

Os evangélicos brasileiros não podem mais fingir que não sabem. No dia 5 de dezembro último, o Diário do Comércio publicou o indispensável artigo Papai Noel em Depressão(1), de Olavo de Carvalho, no qual o filósofo dá detalhes da imensa batalha cultural entre os cristãos norte-americanos e o megacomplô globalista que pretende implantar um governo mundial, liderado pela ONU e financiado por entidades multimilionárias como a Rockefeller, Carnegie, MacArthur e Open Society.

Em 9 de março, no mesmo jornal, no artigo O Avesso do avesso(2), Olavo, destacou a natureza do globalismo: não se trata de estratégias econômicas ou de mero interesse geopolítico: trata-se sim, de todo um novo conceito de civilização, totalmente incompatível com os valores judaico-cristãos que serviram de base para a formação da civilização ocidental.Daí se explica a onda de antiamericanismo que varre o planeta, pois é nos EUA que o projeto dos planejadores mundiais encontra a franca oposição de uma intelectualidade pró-cristã, num embate que se reproduz parcialmente na disputa política entre conservadores e "liberals". Em Os evangélicos brasileiros e as causas do Anticristo (3), explico os interesses dessas grandes fundações e enumero algumas características da moral que a ONU tentará legitimar no planeta com seus projetos de planificação cultural. Dou algumas referências de artigos e sites. Livros que tratam da questão são citados pelo filósofo em O estupro das soberanias nacionais,(4) publicado no Diário do Comércio de 20 de março, artigo que ressalta o firme objetivo das Nações Unidas em legalizar a prática do aborto em todos os países do mundo e impor sanções econômicas aos que não se sujeitarem à nova diretriz. Ali, Olavo esclarece:

"De um lado, a substância ideológica dessa revolução é extraída diretamente do materialismo revolucionário do século XVIII: trata-se de criar uma sociedade global totalmente administrada e controlada por uma elite de intelectuais iluminados, porta-vozes da razão científica contra o obscurantismo das religiões e culturas tradicionais.

Mas todo esse racionalismo é somente uma casca brilhante construída para engodo das multidões (nisto incluído o "proletariado intelectual" das universidades). Por dentro, o iluminismo inteiro foi um amálgama tenebroso de ocultismo, magia, gnosticismo, sociedades secretas, rituais entre cômicos e macabros. Não há um só historiador sério que ignore isso.

Do mesmo modo, o laicismo "esclarecido" da nova ordem global é puro teatro. Suas fontes são as mesmas do ocultismo da "Nova Era". Seus gurus são Helena Petrovna Blavatsky, Alice Bailey, Aleister Crowley e outros saídos do mesmo esgoto espiritual."

Tenho plena certeza que a desinformação e o profundo despreparo para lidar com a questão, atribuídas a toda a intelectualidade brasileira pelo filósofo, um dos poucos defensores autênticos do cristianismo na grande mídia brasileira, se estende irrestritamente às cabeças pensantes da igreja evangélica brasileira. Exceções confirmam a regra. Nos EUA, qualquer adolescente cristão sabe desses fatos, e sabe o que implica cada vitória eleitoral dos "liberals".

De agora em diante, porém, não há mais como fugir da questão.

Que os evangélicos brasileiros cessem os ridículos e descabidos ataques aos conservadores norte-americanos com base nas informações da mídia anticristã, envolvida até a medula nesse demoníaco processo de planificação cultural, e percebam a virada intelectual que esse grupo empreendeu nos meandros acadêmicos ianques. Que deixem seus devaneios ideológicos estatólatras de lado, e compreendam os danos que a adesão a tais pressupostos implicam ao Evangelho em escala global, pois tal posicionamento acarretou na subserviência a um partido abortista(5), aliançado com narcotraficantes(6), que apóia amplamente o lobby gay(7) e "governou" o Brasil institucionalizando o suborno, a propina e a violação aos direitos individuais. A semelhança entre as causas desse partido com os planos da ONU torna claro a quem tantos líderes evangélicos estavam servindo e a apoiando, inconsciente e indiretamente. Até agora.

Referências:

1- Papai Noel em Depressão - http://www.olavodecarvalho.org/semana/051205dc.htm
2- O Avesso do avesso - http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4657
3- Os evangélicos brasileiros e as causas do anticristo - http://profetaurbano.blogspot.com/2006/02/os-evanglicos-brasileiros-e-as-causas.html
4- O estupro das soberanias nacionais - http://www.olavodecarvalho.org/semana/060320dc.htm
5- Ver Considerações pessoais sobre o aborto em http://normabraga.blogspot.com/2005/11/consideraes-pessoais-sobre-o-aborto.html
6- Ver artigo Lula, réu confesso em http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4140
7- Ver matéria Gays se encontrarão com ministro da SEDH em http://mixbrasil.uol.com.br/mundomix/centralplus/noticia.asp?id=3907

quinta-feira, 23 de março de 2006

Um compromisso

Além disso, a linguagem deles corrói como câncer;
2 Tim. 2:17

Querer ter a consciência limpa perante Deus ao final de cada frase que vier a escrever nesta vida. Talvez esse posicionamento faça um homem, na sua condição de cristão, escrever menos do que gostaria, mas o que ele deve de fato almejar são linhas cheias daquele sal. Para si e para seus estimados leitores. Argumentação honesta é imprescindível e bela retórica enriquece o texto, mas, se ao escrever, tal homem não confrontar sua própria alma e não levar algo vivo, fresco, belo e principalmente verdadeiro a quem lê seus escritos, tudo se resumirá a perda de tempo e de "energia" espiritual. Ele deve buscar o despertar do que há de melhor na interioridade de seus leitores, trazendo à tona a Verdade que dormita nas profundezas da alma humana, transpassando o oceano de sofismas e frivolidades que a afogam. Afinal, diz o Eclesiastes, Deus pôs a eternidade no coração do homem.

Ciente disso, deve tomar um rumo diferente do que fazem certos afloradores de tornados emocionais maliciosos e homicidamente sarcásticos. Desses, provém a letra que mata e o logos sem rhema. Muitos teóricos e sábios deste mundo escolheram esse descaminho: tomados que estão dessas "disposições mentais reprováveis", como bem descreveu o apóstolo Pedro, geram aquela sabedoria que outro apóstolo, Paulo, qualifica como "animal, terrena e diabólica". O resultado é terrível para envenenadores e envenenados. Exemplos? Nietzsche e Lênin morreram loucos. E não é isso que um autêntico cristão, seja um jornalista, um escritor ou um teórico, desejaria para quem lesse seus textos. Jesus advertiu: "Pelos frutos os conhecereis". Que o escritor cristão seja aprovado neste exame.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Marxismo cognitivo

Terrorismo: eis a nova prática da qual será acusado qualquer defensor da possibilidade do conhecimento da verdade genuína a respeito de qualquer coisa. Mostre que você estudou e consegue embasar suas convicções e logo será considerado um terrorista.

Cunhada por um dos detratores de Norma Braga na comunidade "João Calvino sem Puritanismo" do Orkut, a expressão "terrorismo teológico" me despertou a atenção nos últimos dias. Lembrei de outra análoga, "terrorismo bibliográfico", atribuída às práticas de José Guilherme Merquior pelo psicanalista Eduardo Mascarenhas no início da década de 80, pelo simples fato de que os livros do erudito Merquior tinham vastos índices onomásticos. Mascarenhas, por sua vez, nada mais era do que praticante e defensor de um dos maiores charlatanismos da história do pensamento contemporâneo.

A absolutização do historicismo e do relativismo como verdades cabais, outrora meras ferramentas referenciais para os empreendimentos teóricos, e a atual glorificação do niilismo ranheta de Nietzsche, da psicanálise, da logofobia derridadiana, entre outras sandices acadêmicas, nada mais são que filhotes daquilo que passarei a denominar de "marxismo cognitivo".

O marxismo cognitivo é o fenômeno no qual essa impávida defesa da pobreza intelectual é um valor moral supremo. Com ele, todos aqueles que possuem uma superioridade intelectual notória são considerados intrinsecamente maus, ameaças vivas à liberdade e à vida plena. Bem sei que, aos profundos conhecedores do marxismo posso estar sendo redundante, pois estes bem sabem que para quem deseja transformar o mundo e não conhecê-lo, qualquer apego ao conhecimento e à sabedoria será taxado de reles "ideologia burguesa". Vê-se pela 11ª tese sobre Feuerbach que o marxismo é o primado da defesa da burrice, "a manifestação suprema da imbecilidade universal", como disse George Bernanos. Antes de vilipendiar a sociedade, a cultura e as instituições, ele destrói as funções da consciência do seu militante. E lá vai, para os piquetes, o robozinho teleguiado.

O marxismo cognitivo é perigosíssimo, mas se passa por bonzinho, pois faz um importante "trabalho social": quando presente na cultura, pode fazer com que seja eleito um político (de esquerda, claro) cuja mãe "já nasceu analfabeta".

sexta-feira, 10 de março de 2006

Rebeldia e submissão

Ninguém tem a obrigação de obedecer aquele que não tem o direito de mandar.
Cícero

O profeta Malaquias, cujo nome significa “o meu mensageiro”, foi claro: Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca, devem os homens procurar instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos (Ml.2:7). Alguns versículos antes, ele alerta que Deus transforma em maldição as bênçãos dadas por sacerdotes que não honram a Deus (2:2). Ao ler estas passagens e outras do Novo Testamento, fica evidente que a obediência aos homens só vale quando estes agem de acordo com a Palavra, se forem obreiros aprovados, com um chamado específico notório, tementes a Deus e fiéis aos objetivos que o Cabeça propõe ao Corpo. Aí sim, a submissão é abençoadora e a rebeldia é pecado grave. Foi para não ter de se submeter aos falsos profetas e suas doutrinas que o Senhor nos deixou as Escrituras e seu Espírito Santo. Foi para a liberdade que Cristo nos chamou.

Com o pretenso liberalismo teológico fazendo (ou melhor, destruindo) cabeças, a “teologia” da libertação se infiltrando, com o livre exame se transformando em livre interpretação em igrejas históricas, pentecostais e neopentecostais, além de satanistas à espreita, todo cuidado é pouco. Orar, vigiar e manusear as Escrituras com destreza, nesses tempos de apostasia, é imprescindível. A advertência de Atos 20.29: entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho, não pode ser esquecida.

Em certas igrejas a palavra “rebeldia” é usada para tudo que foge micrometricamente dos caprichos fúteis de uma liderança enfatuada. Pessoas não cristãs já foram bem francas comigo quanto a isso: - Eliot, nunca vi tanta gente gostar tanto de ser mandada. Eu, um libertário por excelência, jamais discordaria. Para mim, o melhor que o cristão sincero pode fazer é manter distância de tais comunidades. Pois o que importa é ser obediente a Deus e permanecer na vocação a qual foi chamado, e não tagarelar slogans e imitar trejeitos e cacoetes afetados de maquiáveis eclesiásticos.

sexta-feira, 3 de março de 2006

Não li e não gostei

Um politicamente correto cheio de afinidades com o que há de mais anticristão na política mundial (ONU, ONG’s malandronas e comunistinhas enfatuados do Terceiro Mundo). Um coroa que no seu mais recente show no Brasil, dançou libidinosamente com uma moça com idade para ser sua filha e ainda quis dar de dedo nos religiosos, como se estes fossem os grandes promotores das guerras e da violência no mundo. E ainda pôs um crucifixo no pedestal do microfone ao final do show. Esse é Bono Vox, líder do U2. E é assim que a banda conseguiu manter sua “fé tão vibrante diante das luzes dos palcos mundiais”, como diz a descrição do recém-lançado livro Walk On – A jornada espiritual do U2, do pastor Steve Stockman.

Antes que me digam “ah, pare de julgar, irmão”, quero deixar bem claro: acredito que Bono e seus companheiros de banda até são pessoas bem intencionadas e que a Bíblia, de fato, exerce certa influência na obra dos caras. Porém, daí para dizer que considero válido escrever ou ler um livro que sirva de “guia espiritual para as letras do U2”, há uma longa, mui longa distância. Logo lembro da célebre frase de Paulo Francis que intitula esse artigo. E fico me perguntado qual é o “genuíno leite espiritual”, qual é o “vinho novo” presente nas letras do grupo. Será que não há fontes melhores para inspirar as pregações do pastor Stockman?

Tenho certeza que elas existem e ainda não receberam o devido valor. Se é que letras de música pop são um lugar apropriado para tal busca, que tais lições espirituais venham de bandas pop com um cristianismo mais puro e frutífero - que vivam o que pregam. Pois vida reta diante de Deus ainda vale muito mais do que ativismo político - algo que cativa tantos corações cristãos atualmente, enredados que estão pela engenharia da culpa promovida pelos discursos hipócritas e lacrimogêneos dos entusiastas do governo mundial, repetidos em todos cantos, em todas as mídias, todos os dias.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

O progressismo e a contaminação da fé


Na velha Rússia, já dizia um possesso dostoievskiano: - “Se Deus não existe, tudo é permitido.” Hoje, a coisa não se coloca mais em termos sobrenaturais. Não mais. Tudo agora é permitido se houver uma ideologia.
Nélson Rodrigues

Um bom argumento a favor do cristianismo é a visível liberdade que ele dá até mesmo para que o contestem dentro do ambiente que ele influencia, ainda que o faça de forma residual. Onde o cristianismo não chegou, a vontade de mandar no mundo desconhece fronteiras. Os laicizantes não percebem isso, sendo os primeiros a dar suporte a leis e outras iniciativas que afrontam os cristãos, sempre em nome daquele pluralismo fajuto. São os descivilizadores por excelência, os porta-vozes da barbárie. Fingem ignorar que, desde a queda da Bastilha, são justamente seus ídolos e coleguinhas militantes de ideologias materialistas os principais responsáveis pela perseguição religiosa no mundo. E que a matança de judeus e cristãos, apenas entre 1917 a 1990, suplanta no número de vítimas todas as guerras religiosas ao longo da história (1).

Em países islâmicos e comunistas morrem 150 mil cristãos por ano. É em nome desse “pluralismo” que os progressistas – piqueteiros e tagarelas por excelência – não fazem uma manifestaçãozinha sequer.

Para os adeptos da religião estatal, qualquer um que acredite em valores universais e imutáveis é um potencial inimigo da democracia. Por isso, tratam de tentar modernizar as religiões, pois o progressismo é precisamente isso: acreditar que as verdades mudam e o homem deve amoldar-se sempre aos tais “novos” valores. Quem assim não fizer, receberá do tolerante e iluminado progressista delicados rótulos como “obscurantista” e “reacionário”. Daí aparecem aberrações como a “teologia” da libertação e o liberalismo teológico. Pelo mesmo processo passa o Islã (2), e isso em parte explica a escalada do terrorismo e outras de suas manifestações violentas.

Vários líderes cristãos, receosos de serem estigmatizados e sob o bombardeio diário das falácias modernizantes, têm capitulado. Por despreparo ou acomodação, sucumbiram à “ética” progressista infiltrada nas igrejas, mas sequer cogitam abrir mão do papel de líderes espirituais. E logo passam a reproduzir o discurso reivindicacionalista dos progressistas, não só contra o “sistema”, mas pior: diretamente contra os valores que até ontem consideravam eternos. Assumem que passam por crises e mesmo assim não fecham a boca. Defendem valores deslavadamente anticristãos em cartas raivosas nas quais dão a entender: - Sou mais amoroso do que vocês!

Assim, a fé deles torna-se por demais perigosa, pois pior do que a mentira explícita é a mentira disfarçada e sedutora, a falácia reconfortante que relativiza o pecado e avaliza os interesses mais comezinhos que irrompem quase que instantaneamente do enganoso coração do homem. Aos poucos, essa fé contaminada torna-se uma conversão às avessas, a magnânima rebelião – o equivalente, nas Sagradas Escrituras, ao pecado de feitiçaria.

Notas:
1- Consultar o site www.persecution.org
2 – Ver o artigo Hijacking Islam, em: http://www.benadorassociates .com/article/19322

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Pureza para subir ao monte

Sempre comento com o Caio Fisherman: nossas interpretações falam mais de nós mesmos do que do objeto de análise. Muitas vezes projetamos nossa maldade em coisas que nem sempre possuem algo de mau. Tudo é puro para os que são puros, lembrou o apóstolo. Por causa de nossa natureza decaída, ser venenoso, traiçoeiro e ardiloso é muito mais fácil do que ser apenas prudente como as serpentes, estando apto para identificar o mal e se afastar. Fico assustado com a facilidade com que certos cristãos acusam seus próprios irmãos sem a menor base ou um mínimo indício, afinal "todo mundo faz isso". Isso bem mostra o que está no coração deles, isso denuncia seus padrões; nada diz do acusado. E indícios não são provas.

Apenas com mãos limpas e um coração totalmente entregue aos princípios espirituais que Deus nos revelou, capazes de trazer pureza ao nosso coração mediante o sangue de Cristo, é que poderemos subir ao monte do Senhor (Salmo 24). Lá, a glória dEle está, e ela nos invade, e nos restaura. Lá, Ele nos revela seus sonhos, delega-nos autoridade e a sua bênção nos alcança.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Cristãos e judeus: educadores criminosos

Se aprovada a Lei 2654/03, que proíbe os pais de realizar qualquer punição física aos filhos, por branda que seja, a mensagem que ressoará a qualquer pai ou mãe que se baseie em preceitos bíblicos para educar seus filhos será clara: - seus valores e seus métodos de educação não valem nada e a partir de agora, são criminosos. Afinal, corrigir o filho com punição física é algo recomendado pela própria Bíblia Sagrada. O livro de Provérbios, compilação milenar de máximas da sabedoria judaica afirma que o pai que verdadeiramente ama seu filho não deixa de puni-lo com uma varinha. Além de se infiltrar na esfera privada, ditando a que nível deve se dar a relação de pais e filhos, o Estado passa por cima de princípios essenciais da educação cristã. Poderá um cristão educar seus filhos à luz do Evangelho sem ser considerado um criminoso, a partir da aprovação desta lei que afronta de uma só vez brasileiros cristãos e praticantes do judaísmo?

Desde já se percebe a omissão profundamente anticristã dos politicamente corretos: se acovardam diante da violência islâmica que promove levantes e estupra jovens ocidentais em várias partes do mundo, em nome de um multiculturalismo hipócrita e de uma tolerância suicida, mas não são capazes de dar um pio contra esse ataque frontal aos valores judaico-cristãos promovido pelo governo brasileiro. Os politicamente corretos levantam-se em nome de minorias étnicas, sexuais e religiosas, desde que estas últimas nada tenham de influências do legado judaico ou cristão. E farão, em breve, seu formidável serviço, com amplo apoio da mídia: logo qualquer pai ou mãe que professem fé cristã ou judaica receberá o rótulo de espancador. Da mesma forma que ficou fácil taxar de pedófilo a um padre, de autoritário a alguém contrário ao aborto, defensores do porte de armas de potenciais assassinos e qualquer defensor mais entusiástico do heterossexualismo de intolerante. Pois moldar o imaginário coletivo valendo-se dos meios de comunicação de massa e leis estapafúrdias é uma tática fundamental para quem deseja implantar um estado ao modelo orwelliano.

Se o Estado destrói toda raíz e autoridade familiar das pessoas, dizendo protegê-las, terá em pouco tempo cidadãos dóceis e facilmente manipuláveis, como os moradores do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. É por isso que leis como essa são facilmente aprovadas e assim os governos vão desmantelando cada vez mais as autoridades tradicionais em troca de relações artificialescas policiadas por burocratas e seus respectivos lacaios.

Os resultados da aprovação dessa lei nefasta, num ambiente de total falência do quadro educacional, de carência de referenciais sadios na esfera artística e cultural, onde o patrocínio do governo só é dado aos seus notórios apadrinhados e cupinchas ideológicos, arautos do "quanto pior, melhor", poderá ser avaliado em poucos anos. Exemplo digno de lembrança é o dos Estados Unidos, que após a proibição da oração cristã nas salas de aula na primeira metade da década de 90, assistiu uma seqüência de assassinatos brutais dentro das escolas. Cometidos pelos próprios alunos. No Brasil, um país onde a Lei de Gérson é pratica diária, ser malandro é qualidade indispensável para um "cara legal" ou "garoto esperto", e ser iletrado não é necessariamente empecilho para ser presidente, as expectativas não podem ser melhores.

Se para a deputada Sandra Rosnado (PSB-RN), "educar pela violência é uma abominação, incompatível com o atual estágio de evolução da sociedade", resta-nos saber quem fará uma lei que defenda os pais da violência de filhos cuja rebeldia é protegida pelo Estado, e que por isso não atribuirão autoridade nenhuma a nada além do próprio Estado. E quem disse à deputada que dar uns tapinhas ocasionais em filhinhos serelepes é "educar pela violência"?

Como se não bastasse aos pais serem obrigados a levarem seus filhos às escolas onde, muito antes de se tornarem maduros fisicamente já são apresentados a diferentes "opções sexuais"; como se não bastasse assistir aos filhos repetirem em casa chavões socialistóides, pois estão sendo doutrinados pela pseudopedagogia deslavadamente marxista de Paulo Freire; como se não bastasse ter a única solução para tais problemas - o homeschooling – proibido por lei, os pais que têm nos valores judaico-cristãos o fundamento da educação de seus filhos terão de enfrentar mais uma lei absurda.

O que lhes peço é que não esqueçam o nome de cada parlamentar que votou a favor dessa lei diabólica.

***

Enviei este artigo para o deputado federal Neucimar Fraga, que está colhendo assinaturas para apresentar recursos em plenário visando a rejeição dessa proposta absurda. O e-mail dele é dep.neucimarfraga@camara.gov.br.

domingo, 5 de fevereiro de 2006

Os evangélicos brasileiros e as causas do Anticristo

Aborto, lobby gay, eutanásia, relativismo moral, planificação cultural, (que eles chamam de “conscientizar as pessoas”), invasões de terra, ecologia utópica, intervenção estatal na economia e a manipulação lingüística dos politicamente corretos. Como se sabe, tudo isso é defendido pela esquerda. Sem falar na caçada às religiões, que vemos todos os dias na mídia. Com ela tenta-se moldar o imaginário coletivo relacionando padres à pedofilia, judaísmo com conspiração, pastores ao lucro financeiro mediante ludíbrio e os padrões de conduta cristã como retrógados e agressivos à natureza humana.

Ainda assim, há cristãos que não conseguem perceber o tamanho abismo que separa o cristianismo pleno das posições ditas progressistas. Não conseguem enxergar nada além das hordas esquerdistas como seus representantes na política. E pior, pegam a Bíblia para tentar legitimar tal posicionamento, tentando aliar a milenar caridade judaico-cristã com a demagogia e o utopismo doentio de mentes embriagadas de totalitarismo e sanha revolucionária.

A hegemonia cultural que a esquerda conquistou no Brasil nos últimos 40 anos explica a influência que ela exerce atualmente mesmo nos redutos considerados mais conservadores: as denominações cristãs e o empresariado. Não é à-toa que, entre os mais atentos, surjam apelidos como CNB do B para se referir à famosa conferência brasileira de líderes católicos. Não é à-toa que, já na década de 70, Nélson Rodrigues se assustava, mas também se divertia, com os grã-finos ignorantes e sedizentes marxistas da elite paulistana. Não é à-toa que, hoje, entre os evangélicos, após anos de sólida resistência, a reprodução do discurso socialistóide e anti-americano por parte de pastores desinformados e jovens semiletrados seja regra na maioria das denominações.

Não sei se esses cristãos percebem que as teses estatizantes e centralizadoras de poder, aliadas aos valores profundamente anticristãos defendidos pela esquerda, são a essência mesma do que virá a ser o governo do Anticristo. Prefiro duvidar que já tenha passado pela cabeça deles tal associação, que dispensa provas, quão notória é. Duvido que saibam que os principais financiadores da esquerda em todo o mundo são megacapitalistas tão poderosos que o próprio capitalismo, para eles, mais atrapalha do que ajuda, pois com livre mercado a concorrência pode oferecer riscos aos seus empreendimentos de escala planetária. São esses megacapitalistas – na verdade, metacapitalistas - Fundação Rockefeller, Fundação Ford, Carnegie, o megainvestidor George Soros, além de outras entidades bilionárias – que financiam eventos como o Fórum Social Mundial e ONGs abortistas, ecologistas e gays. Eles têm prestígio e apoio junto à ONU, entidade que já abraçou oficialmente o projeto de implantação de um governo mundial, um estado supra-nacional em que só será considerado um cidadão pleno quem estiver de acordo com cada uma das premissas defendidas pelos seus líderes, sejam elas referentes à economia, à política, à educação e à moral. Uma moral que permitirá abortos, casamentos gays e recriminará qualquer confissão religiosa mais entusiasmada e “fundamentalista”, num sistema que terá pleno controle da economia. Aos céticos recomendo o exame da vasta bibliografia a respeito, do site www.activistcash.com e a leitura dos artigos True Lies e True Lies II – A face oculta do governo mundial, de Heitor de Paola no site www.midiasemmascara.org.

Prefiro duvidar que um evangélico autêntico, diante de tais fatos, considere tudo isso mera coincidência com a descrição contida no capítulo 13 do Apocalipse. E não observe a cooptação de seus líderes eclesiásticos – conhecedores de teologia, mas não de política – por parte da esquerda, como o mais puro reflexo da ingenuidade da Igreja diante de seus maiores inimigos. Mas é assim que os tais progressistas estão tornando os evangélicos brasileiros os grandes legitimadores da ascensão do reino das trevas. Destruindo a Igreja desde dentro, sem prejuízos institucionais visíveis, mas tornando-a inócua, vazia e incapaz de ser “sal da terra e luz do mundo”. Deixando-a quieta diante do ódio anticristão veiculado pela grande mídia todos os dias e aprisionando a pomba do Espírito Santo nas jaulas da ideologia materialista mais assassina que o mundo já conheceu.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Os críticos e “esses crentes”

Há muitos entre nós que criticam alguns aspectos da cultura evangélica brasileira, não sem certa razão. Já quanto às motivações com que fazem isso, tenho sérias objeções, porque elas transparecem no discurso e percebo a dimensão da influência secular nas opiniões de tais irmãos. Para mim, isso basta para desqualificar o discurso deles quase que por completo. Não há nada pior do que se permitir deixar levar pelo secularismo só para se ter algo a dizer, ainda mais contra a própria Igreja. Se a cultura cristã apresenta falhas, basta ver observar a degradação da sociedade ao nosso redor para perceber quão frágeis e demoníacas são as premissas defendidas pela cultura secular. Aos irmãozinhos criticastros que anseiam por uma igreja mais palatável aos seus padrões, moderninha e “contextualizada”, deixo o recado de Jesus: quem comigo não ajunta, espalha. Fechem a boca, vivam e celebrem o Evangelho.

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

A Liberdade unificadora e o legalismo faccioso

Um dos maiores desafios da Igreja hoje quanto à sua organização, sob os moldes bíblicos, é conciliar um dos maiores anseios de Cristo, um reiterado para que todos sejam um, exposto em sua oração sacerdotal no capítulo 17 do Evangelho de João, com o respeito pela individualidade de cada discípulo de Jesus, evidenciado em passagens como examine pois o homem a si mesmo (Coríntios 11:28) e tem cuidado de ti mesmo e da doutrina (1 Timóteo 4:16).

Observo que os diferentes legalismos existentes nas diversas denominações cristãs constituem não só violações absurdas e abusivas da liberdade de cada fiel, mas também uma das principais causas da atual mutilação do Corpo de Cristo – o próprio sectarismo denominacional. Ao longo dos dois últimos milênios, foram raros os momentos em que a Igreja deu a devida atenção a um conselho do apóstolo Paulo, suficiente para unificar de uma vez todo um amontoado de denominações que só se diferenciam umas das outras por manifestar diferentes padrões de legalismo: quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. (Romanos 14: 3).

Enquanto a Igreja não aprender essa lição, não conseguirá manter-se unida. Consequentemente, o mundo não vai crer no Deus que enviou Jesus Cristo. É Jesus que faz tal afirmação, em João 17: 21-23, num dos trechos mais belos, profundos e impactantes das Sagradas Escrituras:

A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós; eu neles e tu em mim,a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.

Pode-se ter absoluta certeza que assim que todos os cristãos almejarem essa unidade, que, como se vê, é fundamental para que os propósitos da Igreja sejam cumpridos plenamente aqui na terra, nossos templos ficarão pequenos e o Evangelho transbordará pelas ruas.

Essa união tão ardentemente sonhada por Jesus, para que o mundo creia, não deve, porém, se realizar a qualquer custo, com a complacência a velhos vícios de ordem institucional e a tolerância ao pecado. De forma alguma. Quanto a isso o apóstolo Paulo dá uma orientação que novamente evidencia o valor do zelo pela Verdade, da consciência individual, da santidade e da excelência na vida cristã a qualquer custo: E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós. (I Conríntios 11:19)

Enfim, só devemos nos afastar dos não aprovados. E para saber quem é aprovado ou réprobo quanto à fé, a fórmula é simples: pelos frutos os conhecereis. Submetamos, portanto, nossas mentes à autoridade de Cristo, pois o homem espiritual julga a tudo, e por ninguém é julgado (I Cor.2:15).

Minha oração é para que possamos, com ousadia e direção do Espírito Santo, aplicar tais diretrizes contidas nas Escrituras, para que o sonho de Jesus se cumpra e vidas sejam salvas.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Na graça e no conhecimento

O Brasil é um país onde um belo bronzeado, num corpo “sarado”, pode acabar sendo mais valorizado que qualquer habilidade e talento para realizar complexos cálculos trigonométricos ou executar alguma peça de Liszt ao piano. Canso de presenciar situações onde as habilidades inatas são mais prestigiadas do que a técnica e o conhecimento adquiridos por meio de estudo e treino. Quando não há uma visível possibilidade de que o conhecimento logo se reverta em lucro financeiro, o estudioso corre o risco de ouvir aquele “larga esse livro aí!”. E o que nossos intelectuais fizeram com as instituições e com a cultura do país nas últimas décadas mostra claramente a completa desconexão entre a realidade e discurso dessa casta de sábios segundo a carne, que dão as coordenadas para os rumos do país mas que, hipocritamente, nunca se reconhecem como elite.

Enfim, não somos uma nação teorética. Aqui o sentimento prevalece sobre a lógica, o belo sobre o verdadeiro e a emoção sobre a razão.

Entre os cristãos brasileiros, infelizmente, a coisa não é diferente: Nas igrejas, qualquer exortação a um exame mais rigoroso da Bíblia logo é contestada com um diabolicamente descontextualizado e mal-interpretado “a letra mata, irmão!”. Não é à toa que os seminários estão infectados por sistemas teológicos modernóides e teoricamente quebradiços. No Brasil, o pregador performático tem a agenda mais cheia do que o mestre exegeta.

A Bíblia, no entanto, adverte que meu povo padece por falta de conhecimento. Parece-me que este é um versículo-síntese da atual situação da Igreja perante o tornado institucional no qual o país gira e no lamaçal civilizacional no qual chafurda: o crescimento numérico da Igreja ainda não se refletiu numa influencia positiva para a mudança desse quadro. A fé do cristão brasileiro é plausível suficientemente para salvar sua alma, mais incapaz de tornar-se uma verdade ‘social’, de caráter universal, que mais do que salvar homens, muda o destino de nações. Cada um tem “o seu jeito” de se relacionar com Deus, mas não se consegue propor um Evangelho como luz dos homens, como verdade universal capaz de destruir os sofismas mentais que apontam para o subjetivismo exacerbado e o relativismo demoníaco.

A falta da sede pelo conhecimento constitui o fator originário desse quadro e os cristãos brasileiros ainda não conseguiram transformar a conversão ao Cristianismo numa reviravolta também intelectual para suas vidas e para a vida de seus irmãos. Assim, só crescem na graça, que é, sem dúvida, fundamental, mas não no conhecimento, justamente no momento que a mente começa a se livrar das amarras demoníacas que tentam roubar, matar e destruir tanto indivíduos como instituições. E a Igreja permanece como um gigante adormecido, sem proporcionar aos cristãos um desenvolvimento pleno, integral, e sem influenciar a nação de maneira contundente e decisiva para seu destino.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Nenhuma chance para o desespero

Pior do que pecar, é “desesperar do pecado”, afirma Sören Kierkegaard n´O Desespero Humano. O teólogo (ou filósofo, se preferirem) dinamarquês usou este termo para designar aquele desgaste oriundo da negação do arrependimento: desesperar do pecado é um segundo abandono, e que, como dum fruto, espreme do pecado as últimas forças demoníacas. Neste sentido, ainda faz outra observação: poderia dizer-se que começa por renegar o bem, e se acaba por renegar o arrependimento.

Sabemos, é arrependimento que nos traz o perdão. Ao pecarmos, deve-se buscar um arrependimento genuíno para que o sangue de Jesus Cristo nos purifique; ter sempre em mente que somos pecadores e que, como avisa Kierkegaard, é um pecado a mais o estado de contínuo de pecado, (...) permanecer no pecado é renová-lo.

Aprecio duas passagens “anti-desespero”, que me confortam nos momentos que me deparo com os mais vis aspectos da minha natureza pecadora. São estas:

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados por Deus mediante a morte de seus filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. (Romanos 5:8-10)

Pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior que nosso coração; e conhece todas as coisas. (I João 3:20)

Não será quantidade alguma de pecados que anulará o sacrifício redentor de Jesus Cristo pelas nossas vidas. Não há motivo para fugir do perdão. Tampouco para permanecer no pecado.


ps: Postado aqui da casa da minha amiguinha Norma Braga.